Alterações de impedância respiratória, complexidade e limitação de fluxo expiratório na exposição ao asbesto
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12690 |
Resumo: | A exposição ocupacional e ambiental a fibra de asbesto é associada à um conjunto de doenças do aparelho respiratório. A necessidade do desenvolvimento de novos, acurados e não invasivos testes de função pulmonar são de suma importância para o acompanhamento longitudinal e representam uma ferramenta simples para identificação de modificações precoces entre as populações expostas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as alterações de impedância, complexidade e limitação de fluxo expiratório na exposição ao asbesto. Um total de 73 sujeitos foram incluídos no estudo, sendo 34 pertencentes ao grupo controle e 39 com história de exposição ao asbesto. Dentre os expostos, 32 voluntários apresentavam achado radiológico 0/0 e 7 classe radiológica 1. As análises foram realizadas a partir da técnica de oscilações forçadas (FOT) multifrequência: 1.1. com os parâmetros clássicos, 1.2. modelo de análise compartimental (RICe), 1.3. modelo de ordem fracional (FrOr); 2. FOT monofrequência em 6Hz: 2.1. resistência e reatância ao longo do ciclo, 2.2. limitação do fluxo expiratório (LFE) e 3. FOT monofrequência em 5Hz: 3.1. impedância ao longo do ciclo, 3.2. complexidade do sistema respiratório pelos parâmetros de avaliação da entropia (RPDE e SampEn) e das flutuações (SD), do fluxo aéreo e da impedância. Observamos modificações resistivas significativas através dos parâmetros clássicos da FOT: resistência do intercepto (R0), resistência média (Rm), resistência em 4 Hz (R4) e componente de inclinação na curva de resistência (S) (p<0,001). Dos parâmetros provenientes do modelo RICe: resistência periférica (Rp) e resistência total (Rt) (p<0,001). Dos parâmetros provenientes do modelo FrOr: ângulos alfa (α) e beta (β) e fator de amortecimento (G). Modificações reativas foram vistas para os parâmetros clássicos: reatância média (Xm, p<0,01), frequência de ressonância (fr, p<0,002) e complacência dinâmica (Cdin, p<0,001). Para a complacência medida pelo modelo RICe e modelo FrOr também houve modificação significativa (C, p<0,001). Já as modificações a partir da análise da inertância (L), mudanças foram observadas na análise a partir do modelo FrOr. Para as modificações ao longo do ciclo respiratório, foram observadas alterações através da Xm e reatância na expiração (Xexp) (p<0,03). O índice de limitação do fluxo expiratório (iLFE) > 2,8cmH2O/L/s foi observado em 3 dos 25 sujeitos expostos avaliados. As flutuações do V entre as fases inspiratória e expiratória do ciclo mostraram-se mais elevadas na presença de exposição ao asbesto (p<0,001), assim como a complexidade do sinal de V ao longo do tempo decresceu com a presença de exposição (p<0,001). Os parâmetros de FOT mostraram correlação com os métodos padrão para análise de função pulmonar. Anormalidades precoces foram identificadas com elevada acurácia diagnóstica (AUC = 0,987) usando parâmetros obtidos a partir do modelo FrOr. Conclui-se que a FOT é útil na identificação das modificações resistivas e reativas do sistema respiratório em sujeitos expostos ao asbesto. Os parâmetros de ordem fracionária superaram os modelos de análise padrão e de ordem inteira. A limitação de fluxo expiratório não aparenta ser um problema comum em pacientes expostos ao asbesto. A presença de exposição ao asbesto introduz uma perda de complexidade. A FOT melhorou nosso conhecimento sobre as anormalidades biomecânicas em trabalhadores expostos ao asbesto e demonstrou alta precisão diagnóstica nas alterações respiratórias precoces destes trabalhadores. É possível inferir que esta técnica represente uma ferramenta útil no diagnóstico precoce e acompanhamento longitudinal dos sujeitos expostos ao asbesto. |