Bisfenol em janelas críticas do desenvolvimento: efeitos do BPA e do BPS sobre perfil endócrino-metabólico em ratos Wistar
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12713 |
Resumo: | O bisfenol A (BPA) é um disruptor endócrino usado em aplicações industriais, e já foi detectado tanto na placenta quanto no leite. O bisfenol S (BPS), é usado como seu substituto e pouco se sabe sobre seus efeitos, especialmente durante as janelas críticas de desenvolvimento ontogenético. Estudamos os efeitos da exposição ao BPA e BPS durante a gestação e amamentação sobre a massa e composição corporal, consumo alimentar, perfil bioquímico, hormonal e comportamental da prole de ratos Wistar jovens e/ou adultos. As mães foram divididas em: Controle, BPA10 ou BPS10 (10μg/kg/dia) e BPA50 ou BPS50 (50μg/kg/dia). O bisfenol foi administrado por gavagem nas mães da gestação até o final da lactação. A eutanásia ocorreu ao desmame, no 21º dia pós-natal, (PN21) e na idade adulta (PN180). No experimento BPA, ao desmame, a prole fêmea BPA10 apresenta colesterol e triacilglicerol elevados, enquanto a prole macho BPA10 apresenta menor T3 plasmático. Os grupos BPA10 de ambos os sexos apresentam níveis mais altos de progesterona, testosterona e estradiol plasmáticos. Na idade adulta, as proles fêmeas BPA10 e BPA50 exibem menor ingestão alimentar e maior insulinemia, enquanto os machos BPA10 e 50 apresentam menor gordura visceral e menores níveis de progesterona e testosterona. Além disso, as proles BPA10 de ambos os sexos têm níveis mais baixos de T4, e apenas a prole macho apresenta menores níveis de estradiol. As fêmeas BPA50 apresentam menor massa adiposa, maior massa magra e menor corticosteronemia, enquanto os machos BPA50 apresentam menor consumo alimentar. No estudo alimentar, as fêmeas e machos BPA10 ingerem menos dieta hiperlipídica após 12 horas, embora os machos BPA10 tenham ingerido maior quantidade de dieta hiperlipídica aos 30 minutos. No teste comportamental, as proles fêmeas BPA10 e 50 demonstram menor exploração, mas somente o grupo BPA10 apresenta hiperatividade. No experimento BPS, ao desmame, a prole macho BPS50 apresenta hipotrigliceridemia e hipertiroxinemia enquanto a prole fêmea apresenta maiores níveis de 25 (OH) D. As proles BPS de ambos os sexos têm menor ingestão alimentar. Os machos (BPS10 e 50) apresentam menor adiposidade visceral e as fêmeas BPS50 apresentam menor acúmulo lipídico nos adipócitos marrons. Nas análises comportamentais, machos BPS10 e 50 apresentam maior ansiedade e maior atividade locomotora, enquanto as fêmeas BPS10 apresentam menor exploração. Os machos BPS10 e 50 consomem mais dieta hiperlipídica em 30 minutos. As fêmeas BPS10 também consomem mais dieta hiperlipídica inicialmente, porém o perfil é inverso após 12 horas. Na idade adulta, os machos BPS50 apresentam hipertrigliceridemia e redução dos níveis de T3. Nas fêmeas de ambos os grupos, há redução de T4. As fêmeas BPS10 apresentam baixos níveis de progesterona, enquanto as fêmeas BPS50 apresentam maiores níveis de 25(OH)D. A exposição materna ao BPA ou BPS durante a gestação e amamentação induz mudanças metabólicas da progênie ao longo da vida, afeta os níveis de hormônios circulantes e compromete o comportamento. Além disso, o aumento da preferência pela dieta rica em gordura sugere um risco maior para a obesidade, e suas consequências, em longo prazo. |