Exposição de ratas Wistar ao tributilestanho durante a gestação e a lactação: efeitos sobre a prole recém-desmamada e adolescente de ambos os sexos
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17803 |
Resumo: | O composto organoestânico tributilestanho (TBT), amplamente utilizado como biocida em tintas de embarcações, vem sendo evidenciado como um importante desregulador endócrino. A lixiviação desse composto é um fator de contaminação de água e alimentos, em especial, pescados marinhos. Estudos já demonstraram que a exposição ao TBT, mesmo que em baixas doses, pode induzir obesidade, infertilidade e disfunções metabólicas. No entanto, a relação entre a exposição ao TBT durante gestação e lactação, consideradas janelas críticas para a programação metabólica, e disfunções a curto e longo prazos ainda não são elucidadas. Nossa hipótese é que a prole de mães expostas ao TBT durante fases críticas do desenvolvimento pode apresentar disfunções endócrino-metabólicas em fases iniciais de seu desenvolvimento, como efeito de curto prazo. Em nosso estudo objetivamos avaliar o efeito da exposição materna ao TBT, durante gestação e lactação, sobre parâmetros biométricos, endócrinos e metabólicos em ratos recém desmamados e adolescentes, em ambos os sexos. Para tal, utilizamos ratas Wistar prenhas randomicamente divididas em grupos: Controle, que recebeu solução veículo (etanol 0,01%); TBT 100ng, que recebeu TBT na dose de 100ng/kg pc/dia; e TBT 1000ng, que recebeu TBT na dose de 1000ng/kg pc/dia. As respectivas soluções foram administradadas por gavagem intragástrica do 7o dia de gestação ao 21o dia de lactação. Parâmetros biométricos e bioquímicos das mães foram avaliados no fim da lactação. A prole de ambos os sexos foi avaliada no nascimento, ao desmame (21 dias de vida), e na adolescência (45 dias de vida). A exposição ao TBT não promove alterações no peso corporal, no consumo alimentar, no perfil glicêmico e lipídico das mães. Porém, promove alterações específicas e de forma dose-dependente, tais como aumento da massa de gordura total das mães no dia do parto (TBT 100ng), redução de gorduras gonadal e mesentérica no dia do desmame da prole (TBT 1000ng) e alterações na composição do leite, como aumento de proteínas e colesterol total, e redução no conteúdo de lactose (TBT 100ng). Na prole, o TBT promove baixo peso ao nascimento (TBT 100ng), redução de comprimento naso-anal e aumento da glicemia (TBT 1000ng) nas fêmeas, sem alterações nos machos. Ao desmame, a prole fêmea (TBT 1000ng) apresenta redução dos depósitos de gordura retroperitoneal, do peso do útero e dos níveis séricos de leptina (ambas as doses). Na adolescência, a prole macho apresenta redução da massa magra (TBT 1000ng) e aumento do peso da próstata (TBT 100ng), sem alterações nas fêmeas. Em resumo, a exposição materna ao TBT em baixas doses induz alterações dose, sexo, idade e tecido-específicas e parecem prejudicar de forma mais intensa a prole fêmea. Essas alterações podem ser um indício de que esses animais apresentarão, na vida adulta, maior risco de desenvolver obesidade e doenças associadas. |