A inserção das enfermeiras obstétricas na assistência ao parto no Rio de Janeiro - 1988-1992

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Santos, Simone Pereira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20540
Resumo: Trata-se de um estudo sobre as transformações na assistência ao parto do Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães (IMMFM) no período de implementação da assistência de alto risco. Tem por objetivos analisar as relações de forças entre os médicos e as enfermeiras durante o processo de inserção e discutir as estratégias de luta das enfermeiras obstétricas para ocupação do espaço de assistência ao parto hospitalar. O marco inicial de 1988 justifica-se por ser o ano da implementação do projeto de atuação da enfermeira obstétrica na assistência ao parto do IMMFM, da Secretaria Municipal de Saúde. O marco final de 1992 foi selecionado por ser o ano em que a chefia do Serviço de Enfermagem desta Instituição foi ocupada por uma enfermeira obstétrica procedente deste mesmo projeto. Este é um estudo qualitativo de natureza histórico-social. Foram utilizados documentos orais e escritos como fontes primárias. A análise das fontes primárias seguiu o método de análise de conteúdo de Bardin. Este estudo apoiou-se nos conceitos de campo, capital, poder simbólico e habitus de Pierre Bourdieu. Os resultados mostraram os jogos de força presentes no campo e nas estratégias de luta das enfermeiras obstétricas para ocupação do campo obstétrico hospitalar. Concluiu-se que a inserção e a ocupação dos espaços de assistência ao parto pelas enfermeiras obstétricas vieram a atender aos interesses institucionais do grupo médico na tentativa de redução dos índices de asfixia perinatal durante o processo de implementação da assistência de alto risco e atendeu também aos interesses do próprio grupo de enfermeiras que lutavam para atuar na assistência direta ao parto hospitalar. No contexto histórico abordado, a ocupação dos espaços de realização do parto por uma agente não médica, interrompeu a hegemonia médica na assistência ao parto e originou uma transformação no campo da parturição hospitalar na Instituição, o que mais tarde resultou na implementação do modelo humanizado de assistência ao parto hospitalar.