Educação das relações étnico-raciais na creche: o espaço-ambiente em foco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Aretusa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10277
Resumo: Esta tese teve por objetivo compreender como ocorre a educação das relações étnico-raciais em uma creche pública do município de Juiz de Fora/MG, a partir da leitura das marcas visíveis e invisíveis existentes naquele espaço-ambiente. Parte-se do pressuposto que a educação das crianças incluindo as questões das relações étnico-raciais é um princípio constitucional que envolve o direito à vida saudável e ao estabelecimento de relações positivas e afirmativas da pessoa humana consigo mesmo e com os outros desde o início de suas vivências. O documento norteador desta pesquisa foi as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira DCNERER (BRASIL, 2004), posta em interlocução com as teses e dissertações produzidas na interface relações étnico-raciais e educação infantil, entre os anos de 2003 a 2016. Foram analisados os portfolios da creche, dos anos anteriores à pesquisa e observadas as fotografias, imagens, cartazes, literaturas presentes naquele espaço-ambiente. A pesquisa privilegiou a análise das práticas de cuidado e educação de bebês e crianças, de até 03 anos de idade, ressignificadas nos diálogos construídos em três encontros reflexivos coordenados pela pesquisadora. Os resultados da investigação apontam modos como a educação das relações étnico-raciais na primeiríssima infância podem ser desenvolvidos, em espaços de formação continuada sensíveis à importância deste tema para o desenvolvimento pessoal e formação de identidade de crianças brancas e negras. A pesquisa enfatizou também a relação creche - família e a responsabilidade partilhada de oportunizar a construção de autoimagens positivas, de valorização dos fenótipos da população negra, em especial, cor de pele e cabelo. A instituição parceira se mostrou sensível a tal fato e procurou desenvolver ações numa perspectiva de igualdade étnico-racial, construindo o que pode ser denominado de áreas moles e áreas duras de educação das relações étnico-raciais. O trabalho tem por referencial teórico a perspectiva sócio-histórico-cultural de Lev Vigostki (2007), segundo a qual as relações humanas são históricas e socialmente situadas, bem como nos estudos sobre as relações étnico-raciais que compreendem a educação institucional como parte integrante dos processos históricos de construção das desigualdades étnico-raciais, e, por conseguinte, parte fundamental da construção da igualdade étnico-racial que na realidade brasileira, ainda não se efetivou. O conceito de pedagogia das ausências e emergências proposto por Gomes (2011) e colonialidade do poder de Quijano (2010), são alguns argumentos chaves desta tese