Democracia de laços: quem são e como agem os financiadores políticos mais influentes no Brasil.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciência Política |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12487 |
Resumo: | O objetivo desta tese foi identificar e compreender a maneira de agir dos financiadores políticos com maior influência sobre as eleições gerais brasileiras de 2010 e 2014. Para tanto, foi escolhida a metodologia de análise de redes sociais para determinar a influência a partir de medidas de centralidade de rede dos financiadores empresariais e dos agentes partidários, nas duas eleições. Identificados os financiadores mais influentes, foram elaboradas hipóteses a respeito de sua identidade e de suas estratégias, em especial: (i) os financiadores empresariais mais influentes são atores que ocupam posições privilegiadas na economia brasileira; (ii) os financiadores empresariais mais influentes são mais precavidos do que os demais, por dispersarem mais as suas doações entre partidos e candidaturas concorrentes; (iii) os financiadores empresariais mais influentes são mais assertivos do que os demais, por serem capazes de dirigir parcelas maiores de recursos a candidaturas vitoriosas; e (iv) os agentes partidários tiveram influência crescente sobre a rede de financiamento entre 2010 e 2014 e essa influência varia de acordo com a sigla correspondente. Os resultados alcançados conferiram apoio às hipóteses, mostrando que (i) os financiadores empresariais mais influentes em 2010 e 2014 foram, em geral, sociedades empresárias bem posicionadas na rede de propriedade, concentradas em setores específicos, como construção e engenharia e finanças, e muitas vezes estão entre os líderes desses setores; (ii) os financiadores empresariais mais influentes em 2010 e 2014 foram até 4 vezes mais precavidos que os demais; (iii) os financiadores empresariais mais influentes em 2010 foram 13% mais assertivos que os demais e os mais influentes em 2014 19% mais assertivos que os demais; e (iv) os agentes partidários tiveram um crescimento de influência da ordem de 52% entre 2010 e 2014, sendo que os que se mostraram mais influentes se concentram em siglas como PT, PMDB e PSDB. O estudo conclui pela existência de indícios de conversibilidade entre poder econômico e poder político no Brasil, em 2010 e 2014, com riscos de agravamento da desigualdade de influência entre os cidadãos. Sugere ainda que medidas podem ser adotadas para que o padrão de financiamento político se aproxime mais do ideal de valor equitativo das liberdades políticas, complementando a proibição do financiamento empresarial de campanhas. |