Frankenstein: uma leitura contemporânea
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20720 |
Resumo: | Como o próprio nome sugere, este trabalho propõe-se a fornecer uma leitura contemporânea da obra Frankenstein ou o Prometeu moderno, de Mary Shelley. Esta dissertação está alinhada com a ideia colocada pelo historiador Yuval Noah Harari em sua obra Sapiens: Uma breve história da humanidade (HARARI, 2020). Segundo o autor, Frankenstein ou o Prometeu moderno, ao encenar a existência de um corpo arquitetado pela ciência, proporciona o vislumbre de novas possibilidades de vida que podem estar mais próximas do que a humanidade gostaria de admitir (HARARI, 2020, p. 433). O argumento do historiador é que o ser humano está aprimorando as suas habilidades como projetista ao substituir a lei de seleção natural pelas leis do design inteligente. Com isso, Harari aponta para um aspecto desconcertante que se esboça no horizonte futuro: mais perturbador do que sermos punidos por brincar de deus é o fato de que é cada vez mais próxima a reposição das identidades humanas por outras com mundos cognitivos e emocionais completamente distintos daqueles que concebemos no século XXI. Dentro dessa perspectiva demonstrada por Harari, o romance de Mary Shelley, ao expor um cenário no qual um cientista utiliza o seu arcabouço técnico-científico para dar vida a um corpo desviante, apresenta figuras poéticas chave que abrem caminho para representações de um corpo humano outro e instiga reflexões sobre a conjuntura de um mundo habitado por essas criaturas com habilidades super expandidas. Assim, o trabalho visa articular algumas questões fundamentais para se pensar sobre o futuro da espécie e da sociedade à luz das ferramentas biotecnológicas. As questões são as seguintes: até onde a ciência é capaz de ir em nome do progresso?; estaria a humanidade sendo empurrada para o caos existencial?; qual o lugar do humano dentro de uma realidade povoada por criaturas com habilidades cognitivas e emocionais tão superiores às nossas?; e onde fica a responsabilização da ciência sobre essas novas existências que ela mesma viabiliza? |