Quão disruptivas? Para a crítica da internet do valor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Scattolini Junior, Lévio Oscar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17912
Resumo: Este trabalho dedica-se a investigar o potencial disruptivo das tecnologias relacionadas à assim chamada internet do valor. Para além dos incautos entusiastas, parte considerável de atores deste novo mundo proclama uma revolução – ainda pouco percebida, porém latente – na sociedade e em suas formas de organização. Diz-se que as criptomoedas, a blockchain, as DLTs (Tecnologias Distribuídas de Livro-razão), as plataformas peer-to-peer (P2P), enfim, as mais variadas formas de state machine replication voltadas para novas soluções econômico-financeiras, além de resolver o problema da mobilidade global de “valor(es)”, revolucionarão os modelos centralizados e hierarquizados de coordenação social, tanto no âmbito público quanto no privado. Indaga-se, contudo, a qualidade e o grau de profundidade das transformações que essas tecnologias podem operar na efetividade real caso se mantenham adstritas às formas sociais essenciais da sociedade produtora de mercadorias. Nesse sentido, é defendida a hipótese de que, caso se mantenha uma orientação tecnicista-pragmática (de “confiança no código”) para solução dos complexos problemas de centralização, hierarquização, governança e distribuição de poder, sem colocar em perspectiva suas raízes eminentemente sociais, a internet do valor e as tecnologias que a compõem tenderão a se formatar à estrutura existente, não só reproduzindo como também ajudando a expandir as instituições sociais que pretendiam combater (Estados, bancos, corporações etc.), do mesmo modo que aconteceu com as tecnologias da internet, das redes sociais e das plataformas de compartilhamento, as quais abdicaram de suas ambições anárquicas e libertárias para se ajustarem ao incessante movimento de dinheiro que precisa gerar mais dinheiro.