‘O sonho não tem relevo’: sobre desobediência, arte impressa e publicação independente contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Menezes, Anna Thereza do Valle Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23553
Resumo: A publicação de um texto ou de uma imagem muitas vezes se afasta da produção editorial e artística institucionalizadas. Em determinados contextos, o ato de publicar e o objeto impresso transitam por fissuras e caminhos pouco convencionais. Certas publicações propõem um (re)olhar para formas de produção coletiva e de retomada de desejo. Esta tese tem por objetivo analisar o exercício da publicação independente como desobediência às normas padrões, e, para tal, analisa os seguintes aspectos: a existência de variadas narrativas e autorias, o desvio epistêmico, a experimentação de linguagens e a resistência a um tempo acelerado de produção. O trabalho de campo consistiu no acompanhamento de publicadores e organizadores de eventos localizados, principalmente, no Rio de Janeiro. A proposta do ator- rede de Bruno Latour (2012) guiou a observação participante em feiras e demais eventos, bem como a realização das entrevistas e visitas aos locais de trabalho. De modo a estabelecer relações entre publicações e impressos de hoje e de outrora, a pesquisa em arquivo histórico foi fundamental. Os estudos e reflexões de Frédéric Gros sobre os gestos de (des)obediência (2018) e as formas de perceber os desvios, bem como as regras e convenções, em especial no mundo da arte, por Howard Becker (2010), orientaram os caminhos desta pesquisa. A partir da produção, circulação, materialidade e partilha presentes na elaboração dos impressos estudados são apontadas formas de se relacionar distintas daquelas aprofundadas na sociedade moderna ocidental. A potência dos impressos analisados reside na capacidade de resistência às narrativas excludentes, à positividade e lisura das relações, à ausência do cuidado de si; à aceleração do tempo; e ao estabelecimento de espaços não relacionais.