Tradição e modernidade em Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21029 |
Resumo: | A produção artística realizada no Brasil na segunda metade do século XX foi fortemente marcada por um teor crítico, fruto do contexto histórico vivido pelo país a partir de 1964, ano em que ocorreu o golpe militar. Entre os que participaram ativamente de todo o movimento cultural do período, estão Chico Buarque de Hollanda, que atua não só na música, como também na literatura e no teatro, e Paulo Pontes, um dos dramaturgos que fundaram o grupo de teatro Opinião. O trabalho desses dois autores apresenta uma forte face política, caracterizando-se pela crítica e pela expressão de um tempo em que a resistência se fazia necessária frente à repressão. Gota d’água: uma tragédia brasileira (1975), fruto de uma parceria entre ambos, recorre ao texto clássico Medeia, de Eurípides, para, por meio do processo de intertextualidade, retratar a sociedade brasileira do século XX. Ambientada no subúrbio carioca, a obra apresenta Joana, uma mulher que sofre as mazelas advindas de relações opressoras. Ao ser deixada por Jasão, autor do samba “Gota d’água”, passa a ser movida pelo impulso da vingança, o que acarreta o assassinato de seus filhos e o seu suicídio. Paralelo a isso, um outro núcleo narrativo envolve Creonte, pai da noiva de Jasão e proprietário dos imóveis onde moram Joana e outros personagens, representando a figura detentora de poder na comunidade. Repleta de simbolismos, a obra de Buarque e Pontes aponta para traços da sociedade que se mantêm presentes e que necessitam ser discutidos. Assim, é partindo do pressuposto de que toda obra literária mantém relações intertextuais com outras obras que o presente trabalho se desenvolve, propondo uma investigação em torno das aproximações e disparidades entre a tradição e a modernidade manifestadas no texto de Buarque e Pontes. Nesse sentido, este estudo busca apresentar uma reflexão teórica acerca de alguns conceitos e ideias fundamentais aos estudos literários, relacionando-os ao texto de Gota d’água. Para tanto, representando os eixos tradição e modernidade, baseamo-nos nos pensamentos de Platão, Aristóteles, Immanuel Kant, Friedrich Hegel e Friedrich Nietzsche a fim de traçar percursos teóricos e refletir sobre o quanto do passado se faz presente na obra em questão |