“Pobres mulheres da minha terra!”: o Feminismo em Virgínia de Castro e Almeida
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19598 |
Resumo: | Neste trabalho, buscamos estudar e entender a vida, a obra e as ideias de Virgínia de Castro e Almeida, autora portuguesa pouco conhecida, mas criadora de um extenso repertório que vai desde ensaios a romances. Nascida no século XIX e falecida no ano da Segunda Guerra Mundial, Virgínia passou por diversas transformações sociais, econômicas, tecnológicas e políticas; viu de perto as duas Grandes Guerras e o assassinato de um rei de Portugal; foi contemporânea da Gripe Espanhola, da Guerra Civil Espanhola, da Revolução Russa e de diversas greves e movimentos políticos e sociais, como o Feminismo, o Abolicionismo no Brasil, com a Lei Áurea, e a Independência do Brasil. Também vivenciou as ditaduras que foram nascendo na Europa: a ditadura italiana, com Mussolini, a espanhola, com Franco, e a portuguesa, com Salazar, participando, inclusive, do Governo deste último e tendo admiração pelos outros dois. Embora simpática aos governos autoritários, era Feminista, bissexual, apoiadora do sexo sem casamento e, por vezes, parecia ter ideias socialistas. Esses aparentes paradoxos chamaram a nossa atenção e este trabalho foi elaborado com o objetivo de justamente buscar, não uma conclusão, mas uma possível explicação para alguns desses contrastes. Para isso, utilizamos textos da própria autora, em especial o ensaio A Mulher, um estudo sobre a história do gênero feminino e a existência de diversos direitos das mulheres ao redor do mundo. O ensaio de Almeida tem a finalidade de levar ideias de aprimoramentos para Portugal, principalmente em relação à instrução do gênero feminino. Também buscamos, neste trabalho, analisar criticamente a que mulher ou mulheres Virgínia referia-se em seu ensaio e na frase utilizada como título desta tese, posto que pouco ou nada é mencionado na obra a respeito de mulheres não brancas, orientais – sendo discutido, ainda, o significado e o peso dessa palavra –, não europeias e de outras classes sociais além das elitizadas. Além dos livros da escritora, também utilizamos produções de outras mulheres da mesma época e lugar, para compararmos posições políticas e ideológicas. Para compreender melhor essas pensadoras e fazer uma análise interseccional, fomos buscar textos de Karl Marx, Mikhail Bakhunin, Friedrich Engels, Emma Goldman, Angela Davis, bell hooks, Monique Prada, Silvia Federici, entre vários outros autores e autoras – principalmente autoras – que contribuíram para nosso entendimento. |