Maquiavel e o domínio temporal: religião, política e a piedosa crueldade
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22591 |
Resumo: | A tese versa sobre a religião como o principal instrumento de domínio na obra política de Maquiavel. A nossa premissa é a de que a religião se eleva como o mais importante mecanismo de poder devido a sua capacidade de atuação em diferentes esferas, seja de forma isolada, isto é, apenas a religião e as suas armas tidas como espirituais, como também, no quadro material quando é associada, por exemplo, a outro elemento basilar da época de Maquiavel: a violência. Quando a religião age no interior do quadro político, contribui de forma direta para a formação ética dos indivíduos e, até mesmo, das instituições através da inspiração para as leis, condução dos exércitos, entre outros, demonstrando a sua imensa capacidade secular. Com isso, a religião produz elementos, sobretudo, retóricos, que direcionam a população para uma condição de obediência civil, transformando cidadãos em súditos educados em patriotismo. Na relação entre violência política e a religião, podemos observar como essas esferas são, de certa maneira, complementares. No que se refere à manutenção de estruturas de domínio como o Estado, quando o uso da religião não for suficiente para manter os súditos em comunhão e, por conseguinte, a estabilidade de formas de governo como o principado ou a república, dispor da violência como técnica política transforma-se em uma condição limite e vital. Desse modo, em um aspecto mais específico, a religião possibilita, a partir do uso de sacrifícios considerados “sagrados”, uma espécie de justificativa plausível e ascende a uma condição prática e superior aos demais instrumentos da política encontrados na filosofia de Maquiavel, tornando-se uma Piedosa Crueldade. Isto posto, veremos, em especial, através da figura dos profetas armados, personagens históricos reconhecidos na obra de Maquiavel por essa prática, a Piedosa Crueldade, como a justaposição da religião a outros elementos como a violência, configura a ascensão dos conceitos políticos presentes na teoria de Maquiavel, sendo essa força, reconhecida como transcendental, capaz de promover, de forma singular, o domínio temporal. |