Metáforas cotidianas para órgãos sexuais e linguagem sexista
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19909 |
Resumo: | Esta pesquisa em escopo de tese tem por objetivo principal refletir sobre os efeitos de sentido de uma linguagem sexista em nomes populares e não terminológicos para a vulva e o pênis por meio do estudo das metáforas conceptuais (LAKOFF; JOHNSON, 1980; KÖVECESES, 2005, 2006, 2007, 2010) subjacentes a manifestações linguísticas com potencialidades para o despertamento do riso. Além disso, busca-se discutir como essa nomenclatura popular metonímica e metafórica sublinha representações sociais de gênero a partir do uso da jocosidade como forma de mascarar marcações ideológicas sobre as posições de mulheres e homens em âmbito social, perpassando, assim, as relações estabelecidas entre ideologia, cultura, metaforizações – conceptuais e linguísticas –, linguagem sexista e riso. Para tanto, recorre-se ao arcabouço teórico da Linguística Cognitiva (FILLMORE, 1975, 1982,1985; GEERAERTS, 2006; LAKOFF, 1987; LAKOFF; JOHNSON, 1987; KÖVECSES, 2005, 2006, 2007, 2010), de modo a coadunar diversos postulados relacionados à cognição humana e que incluem as experiências sociais e corpóreas em seus efeitos de significação do mundo. Metodologicamente, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa com enfoque quali-quantitativo e interpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008; SACCOL, 2009), fundamentando-se, paralelamente, em uma pesquisa baseada em corpus (MITTELBERG; FARMER; WAUGH, 2007) e de abordagem lexical (KÖVECSES, 2019), viabilizando a organização e a categorização de aproximadamente 4.672 dados linguísticos. Nesse sentido, a utilização de dicionários on-line, tais como os dicionários ‘Priberam’, ‘Dicio’ e ‘Dicionário Informal’, expositores dos diferentes usos das expressões linguísticas, como procedimento metodológico, tornou-se essencial para esta pesquisa ao viabilizar a identificação, a categorização e a organização de metáforas conceptuais para a formação do corpus de análise. O estudo apontou que as metáforas conceptuais sucedem de compatibilidades conceptuais não apenas relacionadas a objetos, alimentos/bebidas, entidades e pessoas, mas também a práticas sociais de diversas naturezas, apontando para uma característica figurativa e representacional do uso de metafórico. Por meio da análise, foi possível visibilizar, via nomeação de seus órgãos sexuais, a subordinação da condição feminina à efigie masculina, e a condição virilidade e potencialidade da figura masculina a partir de nomeações circunscritas ao humor. Acredita-se que, dada a naturalidade de determinadas metáforas arraigadas em meio social, a identificação da linguagem sexista torna-se mais difícil de ser identificada, principalmente quando há a manipulação de frames para a violação de restrições linguísticas e a consequente a incursão do riso. Porém, o estudo do processamento da metáfora e de outros dispositivos cognitivos para a conceptualização da linguagem permite a visualização das disposições ideológicas subjacentes a designações burlescas para órgãos sexuais, fornecendo indícios quanto aos papéis sociais assumidos por atores socioculturais brasileiros |