Chacina no Jacarezinho: A criminalização da favela como espelho da lógica de poder colonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guedes, Camila de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19966
Resumo: O presente trabalho investiga, através do marco teórico da criminologia crítica, a possível permanência de mecanismos do poder punitivo colonial no controle repressivo observado nas favelas cariocas, visto que a questão criminal é parte de um processo histórico, político, econômico e social, sofrendo, por esse motivo, influência dos fenômenos sociais. Dessa forma, pretende compreender a relação entre o pensamento criminológico periférico e a lógica de poder colonial, no sentido de decifrar se houve interferência da colonização na criminologia. Estuda, ainda, a forma de exercício dos mecanismos de controle social na periferia brasileira e se ela possui raízes fincadas na racionalidade colonizadora. Para isso, a análise do elemento morte nos espaços favelados é ponto fulcral da pesquisa, com o objetivo de entender se o alto índice de mortalidade nessas regiões tem conexão com a lógica de poder utilizada nas colônias. Ademais, a partir do exame da chacina ocorrida na favela do Jacarezinho, que se mostrou a mais mortal da história do Rio de Janeiro, investiga o vínculo dos mecanismos mortíferos empregados nessa operação policial e a configuração do poder punitivo colonial, sob o olhar da criminologia crítica como construtora de discursos sobre a questão criminal. Por fim, examina a criminologia crítica como elemento de luta na retenção do poder punitivo e a sua eventual influência no mundo concreto. A partir desse estudo, busca-se demonstrar, em resumo, as permanências históricas da violência e da morte, direcionadas a determinada classe de pessoas, na estrutura capitalista de controle social das favelas cariocas.