Fast Track Surgery na artroplastia total do quadril: custo-efetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Almeida, Raul Frankllim de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22684
Resumo: O Fast Track Surgery (FTS) é uma abordagem multimodal baseada em evidências que podem reduzir o tempo de convalescença e melhorar os resultados clínicos, incluindo redução na taxa de morbidade e mortalidade, além de diminuir o tempo de permanência hospitalar (TPH) e otimizar a satisfação do paciente. A estratégia principal consiste em cinco etapas: seleção cuidadosa do paciente, melhoria dos cuidados pré-operatórios, minimização do estresse transoperatório, diminuição do desconforto pós-operatório e melhora da recuperação pós-operatória. Nesse contexto, o objetivo da presente tese foi analisar se um protocolo de recuperação acelerada aplicado na cirurgia de artroplastia total do quadril (ATQ) poderia diminuir o TPH e os custos hospitalares. Trata-se de um estudo observacional do tipo coorte, sendo um grupo retrospectivo composto por pacientes operados de forma convencional no período entre janeiro de 2012 e novembro de 2016 e outro grupo prospectivo composto por pacientes operados no período entre dezembro de 2016 e dezembro de 2018, utilizando-se o protocolo FTS. O desfecho principal deste estudo foi analisar a relação custo-efetividade do protocolo FTS na ATQ. A necessidade de leitos de UTI, a utilização de hemoderivados e as complicações foram analisados como desfechos secundários. Ambos os grupos foram semelhantes na distribuição de idade, sendo que a maioria dos pacientes tinha mais de 50 anos. A distribuição por sexo, classificação da American Society Anesthesiology (ASA), hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade não diferiram entre os dois grupos. As características relacionadas aos implantes foram semelhantes entre os dois grupos. No grupo controle 74,5% dos pacientes necessitaram de hemotransfusão e 72,5% foram encaminhados para a UTI no pós-operatório, enquanto no grupo FTS 4,2% dos pacientes receberam hemotransfusão e 2,1% foram encaminhados para a UTI no pós-operatório. Nenhum paciente do grupo FTS permaneceu internado por mais de seis 6 dias, enquanto 56,8% do grupo controle o tempo decorrido até a alta hospitalar foi de sete ou mais dias. A média do TPH no grupo FTS foi de 2,3 ± 0,8 dias, em comparação com 6,4 ± 1,5 dias no grupo controle. Houve redução dos custos diretos e indiretos no grupo FTS. Conclui-se que o protocolo FTS na ATQ foi associado à redução do TPH e diminuição da perda sanguínea intra-operatória em relação ao grupo convencional. A necessidade de suporte na UTI foi racionalizada. A redução do custo global foi de 66,1% no grupo FTS sem aumentar as taxas de complicações clínicas, reinternação ou mortalidade.