O uso de ecobarreiras para captura do lixo flutuante: estudo de caso da Baía de Guanabara
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (PROF-ÁGUA) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22175 |
Resumo: | O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), iniciado em 1994, atravessou sete governos estaduais, não foi concluído e não conseguiu melhorar a qualidade ambiental da baía significativamente. Com o anúncio oficial que o Rio de Janeiro seria sede das Olimpíadas de 2016, fez-se uma meta de redução de 80% de lixo e esgoto até que começassem os jogos, que foi publicamente abandonada pelo então governador, Luiz Fernando Pezão. Embora a falta de tratamento de esgoto ainda seja a causa da poluição das águas da Baía de Guanabara o lixo flutuante é amplamente presente mesmo nos afluentes da Área de Proteção de Guapimirim, sendo também um grande poluidor das águas da baía. O presente trabalho tem como objetivo apresentar, avaliar e discutir os dados do projeto Rio ecobarreiras, implantado em dezessete afluentes da Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. O projeto piloto surgiu em 2004, como uma medida mitigatória para impedir que o lixo flutuante fosse em direção à Baia de Guanabara, e consequentemente para os mares. Porém, dezesseis anos após sua implantação, as ecobarreiras continuam em operação. Ao longo desse tempo, as ecobarreiras impediram que mais de 34.000 toneladas de lixo fossem em direção à Baía de Guanabara, volume suficiente para encher quase 62 piscinas olímpicas. Com base em dados de quantidade de lixo por afluente, tentou-se estabelecer uma correlação com pluviosidade, renda per capita e características da bacia, como área, vazão e ocupação do solo. Dentre as referidas características, a ocupação do solo se mostrou mais relevante para a quantidade de lixo retirada das ecobarreiras. Também foi feita uma comparação entre os gastos por tonelada de lixo, entre as ecobarreiras e a coleta de resíduos sólidos na cidade do Rio de Janeiro. Constata-se que o custo para o recolhimento do lixo flutuante é sete vezes maior do que o custo para a coleta de resíduos. Por fim, a quantidade de lixo flutuante diária retida pelas ecobarreiras foi confrontada com estimativas realizadas por estudos pretéritos. Em ambos os casos, os valores parecem superestimados. A enorme quantidade de lixo flutuante retido nas ecobarreiras evidencia que os rios são utilizados como lixões, sendo que o custo para recolher esse lixo, é muito mais caro comparado à coleta convencional. A coleta em comunidades, onde o morador tem que levar o lixo para um ponto específico, não parece eficiente. Enquanto não houver um devido investimento na área, talvez um programa de recompensa pode surgir efeito para diminuir a quantidade de lixo que é despejada nos rios da Baía de Guanabara. Os dados apresentados ao longo do estudo servem de base para políticas públicas, e evidenciam que a coleta de resíduos apenas em caçambas de lixo ou cestos nas comunidades não se mostram eficientes. É necessário muito mais esforço e adaptação à realidade de cada local, não esquecendo do investimento em educação. |