Geologia da Formação Ferrífera São João Marcos, município de Rio Claro, Estado do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16427 |
Resumo: | A Formação Ferrífera São João Marcos (FFSJM), nomeada em homenagem ao antigo município homônimo, cuja sede (parte dela) está preservada no Parque Arqueológico São João Marcos, localiza-se entre Rio Claro e Mangaratiba-RJ, e foi até então pouco estudada, sendo citada com frequência como “magnetita quartzito” em trabalhos prévios. Em prol de determinar seus aspectos genéticos, a metodologia deste trabalho contou com o mapeamento geológico-estrutural na escala 1:10.000, petrografia de luz transmitida e refletida, geoquímica de rocha total e química mineral em microssonda eletrônica da FFSJM e das rochas que ocorrem a ela associadas. O mapeamento revelou que a FFSJM ocorre intrinsecamente associada a rochas metavulcânicas máficas e ultramáficas, quartzitos impuros, sillimanita quartzitos e metapelitos, dispostos sobre um embasamento Arqueano a Paleoproterozóico, sendo este conjunto submetido a pelo menos dois eventos de deformação identificados na área: Dn (principal), associado ao desenvolvimento de dobras apertadas a isoclinais, com uma foliação mergulhando predominantemente para NW, e zonas de cisalhamento NE-SW; e Dn+1, associado à formação de dobras abertas com plano axial subvertical. A petrografia mostra que a FFSJM é composta essencialmente por magnetita e quartzo, podendo apresentar pequenas porcentagens de outros minerais. Lamelas exsolvidas de hercinita e ilmenita são comuns na magnetita, bem como martitização incipiente. Pelo menos três etapas metamórficas foram descritas com base na petrografia, ligadas a Dn: a mais antiga marca o alcance de condições de fácies granulito, seguida pelo desenvolvimento de uma segunda assembleia, retrometamórfica (principal), de fácies anfibolito a xisto verde, cujo resfriamento ocorreu sob pressão relativamente constante (trajetória IBC), conforme evidências texturais. A terceira etapa, possivelmente ligada ao colapso orogênico, é marcada por texturas que indicam descompressão isotérmica (ITD). Uma quarta etapa (pós-Dn ou sin-Dn+1) é marcada por aumento no grau metamórfico. A interpretação dos dados de geoquímica da FFSJM, associada à petrografia, aponta para uma origem precipitada, havendo certa contaminação por sedimentos terrígenos. Com relação às metavulcânicas, a geoquímica indica assinaturas de basaltos OIB, N-MORB e E-MORB. A integração dos dados de campo, petrografia, química e microssonda, bem como comparações com modelos genéticos e trabalhos prévios desenvolvidos na área, permitiu concluir que a FFSJM pode ser classificada como tipo Algoma Neoproterozóico, desenvolvida em uma bacia do tipo rifte cuja abertura possivelmente acompanhou a quebra do Supercontinente Rodinia no Neoproterozoico. A origem do ferro está associada à lixiviação das rochas vulcânicas por fluidos hidrotermais de baixa temperatura. As assembleias metamórficas ligadas à fase Dn foram atribuídas ao desenvolvimento da porção sul da Faixa Brasília, enquanto o metamorfismo pós-Dn ou sin-Dn+1 pode corresponder ao primeiro evento metamórfico descrito para a Faixa Ribeira. |