Revisão sistemática de estudos de acurácia diagnóstica da ultrassonografia no diagnóstico da esteatose hepática e gordura abdominal em adolescentes

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Takey, Márcia
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
• Palavras-chave em Português: Ultrasonography; Fatty liver; Abdominal fat; Accuracy; Obesity; Adolescent; Ultrassonografia; Fígado gorduroso; Gordura abdominal; Acurácia diagnóstica; Obesidade; Adolescente; Esteatose hepática Diagnóstico; Fígado Imagem; Obesidade na adolescência; Literatura de Revisão como Assunto; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA::PEDIATRIA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8806

Nas últimas décadas, com o crescente número de adolescentes com excesso de peso, observou-se um aumento na prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e das comorbidades decorrentes do excesso de gordura corporal nessa faixa etária. Consequentemente, estudos com exames de imagem envolvendo medidas da gordura abdominal e pesquisa de esteatose hepática (EH) foram desenvolvidos. A ultrassonografia (US) tem sido proposta como uma alternativa não invasiva à tomografia computadorizada (TC) e à ressonância magnética (RM) tanto para diagnóstico por imagem de EH como para medida da gordura abdominal. O objetivo deste trabalho foi identificar e sintetizar as evidências disponíveis sobre a acurácia desta tecnologia no diagnóstico da EH e na medida da espessura da gordura abdominal subcutânea e visceral em relação à TC e/ou à RM por meio de uma revisão sistemática. Foi realizada uma busca bibliográfica nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Database of Systematic Reviews, SCOPUS, WEB of SCIENCE, LILACS e ADOLEC, sem restrição de idioma, no período de janeiro de 2000 a setembro de 2015. Foram selecionados estudos que incluíssem adolescentes obesos ou com sobrepeso, portadores de EH, submetidos a exames de US, TC e/ou RM para pesquisa de EH e/ou medida da gordura abdominal. Dois revisores independentes selecionaram os artigos, com as divergências resolvidas por consulta a um terceiro revisor. Não foram identificados estudos envolvendo a acurácia da US comparada à TC e/ou à RM para a medida da espessura da gordura abdominal nesta população. Foram incluídos três estudos de acurácia da US para detecção de EH em adolescentes comparada à RM, sendo que dois estudos também incluíram crianças. Esta revisão sistemática encontrou valores de sensibilidade entre 48% e 100%, especificidade entre 52% e 100%, valores preditivo positivo entre 59% e 100% e valores de razão de verossimilhança positiva da US hepática em crianças e adolescentes estatisticamente significativos. Entretanto, em dois estudos verificou-se que a maioria dos pacientes (67% e 72%, respectivamente) com esteatose leve observada na US foi determinada a não ter EH pela RM. Assim, esses estudos indicariam que a US hepática não tem acurácia necessária para classificar o grau da esteatose, sendo somente útil em casos de maior severidade da EH e que a RM seria considerada um método mais útil e objetivo do que a US para discriminar diferenças no conteúdo de gordura hepática e para monitoramento de pacientes jovens com EH, apesar de seu custo elevado e menor disponibilidade. Pesquisas adicionais sobre diagnóstico de EH e medidas de gordura abdominal envolvendo estudos de acurácia comparativa seriam necessárias para fornecer uma resposta para futuras recomendações nessa faixa etária.