Staphylococcus coagulase negativa como causador de infecções relacionadas à assistência à saúde tardia em unidade de terapia intensiva neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moura, Meryhelen Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23238
Resumo: O termo Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde contemplam as infecções causadas por grande variedade de fungos, bactérias e vírus adquiridos durante a internação hospitalar e, entre os recém-nascidos, os Staphylococcus coagulase negativa são os principais agentes patogênicos envolvidos nos casos relacionados ao uso de cateter venoso central. Objetivou-se avaliar o perfil epidemiológico, clínico e laboratorial dos recém-nascidos com sepse tardia causada por Staphylococcus coagulase negativa, em unidade de terapia intensiva neonatal. Trata-se de estudo transversal, de abordagem quantitativa, a partir da análise de dados retrospectivos de 60 recém-nascidos com diagnóstico de infecção por Staphylococcus coagulase negativa associada ao cateter venoso central, após 48 horas de internação. A coleta de dados foi realizada em base de dados secundários, avaliando-se características maternas e neonatais, bem como resultados das hemoculturas. A análise foi realizada no programa estatístico Stata® (versão 14.0) e apresentada na forma de frequência e porcentagem. Alerta-se que mais de 60% das mães dos pacientes fizeram até cinco consultas de pré-natal e referiram renda entre um e dois salários-mínimos. Observou-se que a maioria dos pacientes era do sexo masculino (51,7%), com peso de nascimento menor que 1500g (53,2%), com idade gestacional menor que 32 semanas (52,5%), sendo 51,6% reanimado após o nascimento e com diagnóstico de prematuridade na internação (56,6%); destaca-se, ainda, que os recém-nascidos apresentaram dois a três acessos venosos centrais durante a internação (61,6%). Na análise das hemoculturas, o Staphylococcus epidermidis foi o mais prevalente (36,7%). No perfil de sensibilidade, a teicoplamina foi o antibiótico com maior sensibilidade (62,1%), seguido da vancomicina (50%). Em relação à resistência, observou-se a penicilina com 98,1% de resistência, seguida da oxacilina (91,4%). Concluiu-se que os recém-nascidos com infecção associada ao Staphylococcus coagulase negativa eram prematuros e de muito baixo peso, filhos de mães que não fizeram pré-natal, condições que, sabidamente, aumentam o risco para IRAS tardias. Além disso, deve-se alertar para prevalência de Staphylococcus coagulase negativa com elevada resistência aos antibióticos de largo uso em UTIN. Esses achados corroboram a importância de priorizar o pré-natal de qualidade e manter rigoroso controle no uso racional de antimicrobianos.