Dos púlpitos aos palanques: a trajetória dos evangélicos na política institucional brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Isabel Cristina Veloso de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17353
Resumo: Secularização e dessecularização são dois projetos antagônicos coexistentes na modernidade. No Brasil, o crescimento da parcela da população autodeclarada evangélica vem sendo acompanhado pelo aumento da vitalidade desse segmento na esfera política. Entre os resultados observados estão: 1) mudanças no campo representativo, com a expansão da bancada evangélica e do número de cargos eletivos ocupados por bispos e pastores; 2) remodelagem da atuação política, com o aumento de elementos religiosos no discurso proferido e a apresentação de proposições, bem como usos práticos da Lei, alinhados ao interesse religioso, tanto no aspecto moral quanto no institucional; e 3) transformações na esfera eleitoral, com o aumento da importância da clivagem religiosa como variável explicativa do voto. Esta tese investiga como esse cenário se estabeleceu no Brasil, buscando elementos explicativos para a transformação da clivagem religiosa em clivagem política, com o ingresso dos evangélicos na política institucional, e também em clivagem partidária, com a partidarização da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Será mostrado que, embora não haja indícios na nomenclatura ou programa partidário, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) possui densa participação de líderes eclesiásticos da IURD em todas as instâncias decisórias e que seu poder é ampliado pelo elevado número de comissões provisórias, além de ter reunido todos os parlamentares ligados à igreja nessa legenda. A tese proporciona uma inflexão na percepção de que o PRB seria um partido sem definição ideológica ou uma “legenda de aluguel” fadada ao ostracismo em meio a um sistema partidário altamente fragmentado, demonstrando que esse partido posiciona-se claramente como uma nova direita conservadora e vem obtendo êxito na expansão de seus espaços de atuação política. Explorando a dimensão eleitoral, foram desenvolvidos aqui testes estatísticos que sugerem a influência da IURD na orientação do voto e, no campo teórico, este trabalho desafia o entendimento de que os evangélicos seriam um “curral eleitoral”, apresentando elementos analíticos que convergem para a racionalidade dessa escolha. Por fim, faz-se uma análise sobre o que é a “bancada evangélica” e o que seus representantes vêm propondo no Congresso Nacional.