Da invisibilidade à vulnerabilidade: percursos do "corpo lésbico" na cena brasileira face à possibilidade de infecção por DST e AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Almeida, Glaucia Elaine Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17344
Resumo: A produção acadêmica motivada pela epidemia de HIV e Aids impulsionou as pesquisas relativas à sexualidade configurando novos campos de investigação, em especial sobre os "gays". No entanto, não é significativa no Brasil a produção acadêmica que aborde a vulnerabilidade às DST's a partir da identidade "lésbica". A saúde sexual das mulheres presumidamente heterossexuais tendeu a permanecer submetida à exclusiva preocupação com a reprodução ao longo da trajetória das políticas de atenção à saúde das mulheres, mesmo frente à Aids. De forma ainda mais acentuada que a sexualidade feminina heterossexual, a homossexualidade feminina tendeu à invisibilidade na sociedade brasileira e frente ao discurso médico-ginecológico. O advento da epidemia contribuiu para a manutenção desta invisibilidade por força da crença de que o "corpo lésbico" seria o único corpo infenso à infecção pela via sexual. Nesta tese busca-se compreender a transformação da construção discursiva do "corpo lésbico" dos primeiros tempos da epidemia até hoje. Mais especificamente, como um corpo imune à epidemia transforma-se em um corpo vulnerável. A hipótese que norteou o presente trabalho está calcada na idéia de que a vulnerabilidade das lésbicas é o "passaporte" para a afirmação/inclusão de um dado marco identitário na agenda de políticas públicas. Nesse sentido, o campo em que se desenha a disputa do corpo lésbico face às DST/Aids é marcado pela tensão entre prática sexual e identidade sexual.