Avaliação do uso público em áreas de escaladas na Serra da Tiririca, Niterói/Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Maia, Stephanie Michelle Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12105
Resumo: Os afloramentos rochosos são formações geológicas características dos maciços costeiros no estado do Rio de Janeiro que apresentam complexidade biológica, ecológica e geográfica bastante peculiar. Sua fragilidade ambiental é apontada por vários autores e por isso, o uso indiscriminado dessas áreas pode constituir um problema para a conservação. Dentre esses usos destacam-se os esportes de aventura ao ar livre, atividades em crescente popularização. A presente pesquisa buscou avaliar o uso público das escaladas em duas áreas de interesse para a prática na Serra da Tiririca (Setor Enseada do Bananal e Setor Córrego dos Colibris), Niterói, RJ, frente à necessidade de conservação da diversidade biológica. Também foram considerados aspectos sócios institucionais, já que a área em questão está inserida no Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET). Todas as vias do Setor Córrego dos Colibris foram escaladas, enquanto que as do Setor Enseada do Bananal foram localizadas em campo, de onde foi possível observar seu traçado e a presença da vegetação. Nesse processo foram observadas e fotografadas as espécies vegetais presentes nas vias de escaladas para identificação posterior. Aquelas que não puderam ser identificadas in situ foram coletadas seguindo técnicas usuais em botânica, sendo o material testemunho depositado nos Herbários RFFP e RB. Também foi feita pesquisa documental com objetivo de coleta de informações a cerca da interlocução entre os montanhistas e gestores do Parque em atas, memórias de reuniões, bem como diretrizes e recomendações de mínimo impacto. Foram realizadas entrevistas com pessoas chave da comunidade montanhista e o órgão gestor do Parque. Os resultados da pesquisa mostraram que a escalada no Setor Córrego dos Colibris representa um fator de risco para a manutenção da diversidade biológica local, pois é uma área que possui espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, sendo essas diretamente afetadas pelas cordas e pisoteio dos escaladores. Dessa forma, é recomendada a desativação desse setor e o seu enquadramento na zona restrita à visitação. O Setor Enseada do Bananal é uma área que já está bastante impactada em relação à vegetação e configura-se como área consolidada para a prática da escalada, dessa forma, as vias já existentes devem ser recuperadas e novas vias não devem se abertas. Além disso, as áreas de topos dos blocos de rocha, ainda possuem vegetação que devem ser preservadas. Verificou-se que não existem diretrizes institucionais para o desenvolvimento da prática da escalada no PESET e que estas também não foram propostas pelo plano de manejo recém-divulgado. Entretanto, desde 2007, por iniciativa da comunidade montanhista, tem se constituído diálogo com o PESET a partir do qual se chegou a um acordo sobre abertura de novas vias. Apesar de esse processo ainda necessitar de refinamento metodológico demonstra que a comunidade montanhista está sensibilizada à questão, percebendo que os afloramentos rochosos não devem ser vistos apenas como um desafio a ser superado a qualquer custo. Sendo assim, constatou-se haver boa interlocução entre a PESET e escaladores e que isso é um aspecto positivo para a gestão do Parque, propiciando que os interesses, tanto dos esportistas quanto conservacionistas possam ser atendidos.