Etnopsiquiatria: histórico e evolução

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Conceição, Augusto Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15200
Resumo: Este estudo tem por objetivo examinar a trajetória de grupos subalternos em contextos históricos de colonização e de pós-colonização em diferentes países, que se constituem simultaneamente como um suporte e um contraponto aos projetos de globalização e afirmação da alteridade da elite dominante. É possível reconhecer os efeitos que resultam da presença desses grupos nos processos de formação multicultural das sociedades, em particular os efeitos das comunidades de matriz afro-brasileira. Esse processo é portador de uma dinâmica multidimensional que tem a possibilidade da contribuir para a sociedade em diferentes aspectos, mediante a recuperação de novos valores e culturas, novas e velhas demandas políticas, textos esquecidos, biografias arquivadas, demandas e estilos reprimidos, processos esses que conduzem à diversidade do ser e do saber. Tais dinâmicas encontram-se hoje no cenário mundial mediante a ampliação dos espaços das culturas não ocidentais, do processo migratório internacional, da presença da cultura de matriz africana em diferentes espaços, em um contexto de globalização e mundialização da cultura e da política que promove uma intensa interligação da vida no planeta não conhecida anteriormente. É necessário, portanto, a compreensão dessa dinâmica para se estabelecerem novos horizontes e o surgimento de novas utopias. Para essa aproximação, tomo uma dupla referência: de um lado, o pensamento de Frantz Fanon, considerado como uma forma de reflexão elaborada em meio à luta pela libertação na África e na Argélia, na década de 1950/60. Fanon constrói um território fértil para a compreensão de um conjunto de experiências, que permite, nos dias de hoje, pensar as relações de dominação, assim como a perceber a violência dos dispositivos ocidentais e a forma como se traduzem no psiquismo humano. Sua abordagem se singulariza por articular a psiquiatria/psicológica com a história e a teoria política, tendo como eixo do seu pensamento a teoria da alienação vista pelo angulo das relações coloniais, de gênero e raciais. Trata-se de examinar os diferentes planos de determinação que articulam a macropolítica com os modos de andar a vida na sociedade contemporânea. Em seguida, considero o trânsito realizado pela cultura de matriz afro-brasileira, do período colonial à República, que define a cultura como parte da resistência e da reconfiguração das subjetividades no período pós-colonial. De certa forma, as lideranças emblemáticas das lutas de resistência durante o período colonial transitam para o período republicano no imaginário brasileiro, como símbolos da defesa intransigente dos seus princípios e valores, porém com grande sensibilidade e capacidade de negociação