Primeiro relato de isolamento e identificação taxonômica de fungos filamentosos em infecções endodônticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gomes, Cinthya Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Odontologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13996
Resumo: A proposta deste trabalho foi demonstrar in vivo, por meio de técnicas específicas de isolamento, a presença de fungos filamentosos nos canais radiculares de dentes portadores de necrose pulpar e lesão periapical, relacionar sua presença a pacientes com resposta imunológica comprometida e realizar o estudo taxonômico dos isolados. Foram realizadas culturas de 60 canais radiculares com polpa necrosada e lesão periapical. Os pacientes responderam a um questionário de saúde e assinaram permissão para realização da pesquisa. Após isolamento absoluto e assepsia do campo operatório, as amostras foram coletadas utilizando-se 3 pontas de papel absorvente estéreis inseridas no canal radicular uma a uma, durante 1 minuto. Em campo isolado por duas lamparinas, o material coletado foi inoculado em um tubo de ensaio contendo meio de Saboraud Agar acrescido de Cloranfenicol. Próximo ao campo isolado pelas duas lamparinas, foi colocada uma placa de Petri aberta contendo o mesmo meio de cultura contido no tubo de ensaio, com o intuito de verificar a acuidade do isolamento do campo (controle negativo). Ao mesmo tempo foi efetuado um controle positivo, através de uma placa de Petri que permaneceu aberta durante a coleta, fora do campo isolado. Os tubos e placas de Petri foram mantidos em temperatura ambiente por um período de sete a quatorze dias observando o crescimento micelial. Aqueles que apresentaram crescimento foram semeados em meios específicos para microcultivo CYA Agar, Extrato de Malte Agar, ou Agar Batata. Com o auxílio de microscopia óptica, as colônias foram identificadas em gênero e espécie. Das 60 amostras coletadas, 17 apresentaram cultura positiva para fungos filamentosos, perfazendo um total de 28,3%. O gênero Aspergillus foi isolado, in situ, de 7 amostras (11,6%), sendo que a espécie Aspergillus ustus foi isolada de 3 pacientes (5%). O Aspergillus granulosus, Aspergillus niger e o Aspergillus sydowii foram isoladas de 3 pacientes respectivamente. A espécie Emericella quadriluniata, forma sexuada de Aspergillus, foi isolada de 1 paciente. O gênero Penicillium foi isolado, in situ, de 4 amostras (6,6%), sendo as espécies isoladas: Penicillium implicatum, Penicilium micsynvisk, Penicillium lividum e Penicillium citrionigrum. O gênero Fusarium foi isolado, in situ, de 2 amostras (3,3%), sendo as espécies identificadas como Fusarium moniliforme, Fusarium melanochorum, respectivamente. As espécies Aureobasidium pullulans, Exophiala jeancelmei, Eurotium amstelodame e Cladosporium sphaerospermum foram isoladas in situ de 4 amostras. Todos as amostras nas quais foi isolado fungo filamentoso pertenciam a pacientes com comprometimento da resposta imunológica. Nas placas de Petri empregadas no raio das duas lamparinas, não houve crescimento micelial. Entretanto nas placas controle positivo abertas para verificar a contaminação do meio ambiente houve crescimento de fungos ambientais que não eram compatíveis com os isolados dos canais radiculares, além de não apresentarem culturas puras. Pôde-se concluir que canais radiculares, com necrose pulpar e lesão periapical, podem apresentar cultura positiva para fungos filamentosos e que este resultado, neste estudo, apresentou relação direta com a deficiência da resposta imunológica do hospedeiro.