Um fazer sensível no campo do trabalho: caminhos possíveis de uma pesquisa localizada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Monique Cristina da Silva Louzada
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19453
Resumo: Na sociedade do capital, somos o que produzimos, ou seja, somos aquilo com o que trabalhamos. O capitalismo flexível surge com a promessa de autorrealização e espaço para autenticidade, ao passo que apresenta novas competências comportamentais que compõem um modelo esperado de ser no campo do trabalho. Esse cenário intensifica as expectativas sobre trabalhadores e trabalhadoras, e produz um movimento paradoxal entre as contribuições sociais do trabalho e as imposições a serem correspondidas, a partir do qual o sofrimento e até o adoecimento se fazem presentes. Dialogando com autores como Dejours (2007;2017) e Byung-Chul Han (2017), entre outros, esta dissertação parte desse paradoxo, buscando discutir seus impactos no sofrimento e nos modos de ser de trabalhadores e trabalhadoras. Esta pesquisa é construída, portanto, a partir de inquietações encontradas tanto na minha trajetória como trabalhadora quanto na minha atuação como profissional da área de Recursos Humanos / Gestão de Pessoas, que nascem na escuta de sofrimentos do campo do trabalho. Tendo como proposição metodológica a ciência do feminino defendida por Iabelle Stengers (1989) e outras autoras, a Teria Ator Rede de Bruno Lattour (2012) e o PesquiarCOM da autora Márcia Moraes (2010), este trabalho foi desenvolvido como um processo de feitura entre e com os atores encontrados no campo, a luz de um conhecimento localizado, que abandona a busca por neutralidade e deixa aparecer as hesitações e as afetações encontradas. Seguimos os atores do campo através de suas narrativas acerca de vivências laborais e tecemos uma pesquisa de modo artesanal (QUADROS, 2015) pelas histórias e afetações encontrados no campo, reconhecendo a escuta como uma prática de cuidado de um fazer sensível que habita tensões e se compromete com as diferentes formas de sentir e existir no campo do trabalho.