Evolução do atrito negativo no tempo: estudo de um caso de estaca metálica em argila muito compressível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Azevedo, Rachel da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11644
Resumo: O atrito negativo é um esforço transferido à estaca nos trechos em que o recalque do maciço de solo que a envolve é maior que o recalque da estaca. A argila encontrada na Baixada de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, é conhecida por ser muito mole, de peso específico bastante baixo e elevado índice de vazios. Os valores de recalques medidos nestes depósitos têm se revelado muito elevados. A disponibilidade de instrumentação de recalques de um extenso aterro em que as construções foram assentes em estacas metálicas motivou este trabalho de pesquisa. No caso em apreço são analisados os registros de execução de todas as estacas de um pequeno estaqueamento executado sob o talude de um aterro, num trecho bem caracterizado sob o ponto de vista geotécnico, e com recalques conhecidos. Conhecido o perfil de recalque medido, em algumas das verticais, foi procedida a previsão do atrito negativo em três alinhamentos de estacas sob o talude do aterro. Procurou-se proceder à estimativa do ponto neutro através da comparação entre o recalque do solo (conhecido) e o recalque da estaca (estimado). Como o recalque varia ao longo do tempo, foi feita a previsão do desenvolvimento do ponto neutro ao longo do tempo, para os três alinhamentos de estacas. O valor do atrito negativo foi também procedido ao longo do tempo, para os três alinhamentos, considerando e não considerando o efeito do adensamento secundário. Uma vez que a capacidade de carga também varia com o tempo, foi estimada e acompanhada a evolução da segurança à ruptura das estacas em relação à carga vertical de compressão ao longo do tempo. Observou-se uma diferença de comportamento entre os valores previstos para as estacas situadas sob os alinhamentos A e B, em relação àquelas situadas sob o alinhamento C. Embora não se trate de um caso com registros de atrito negativo medidos, a previsão de comportamento indicou que o ponto neutro nas estacas que atravessam camadas de argila extremamente compressíveis se localiza em cotas bem inferiores àquelas propostas nos métodos de cálculo mais empregados na prática. Como o valor do atrito negativo máximo é função da posição do ponto neutro, a avaliação do atrito negativo pelos métodos usuais, disponíveis na literatura, pode ser contra a segurança. Observou-se uma pequena influência da compressão secundária, em razão da grandeza, já bastante elevada, dos recalques por adensamento primário. Os resultados levantam discussões interessantes quanto à consideração da posição do ponto neutro, do desenvolvimento do atrito negativo com o tempo, da posição das estacas em relação ao seu alinhamento, bem como de diferentes expressões para o fator de segurança. É um assunto muito pouco estudado no Brasil, justificando pesquisas futuras, algumas das quais são propostas neste estudo.