Evolução de indicadores de qualidade da alimentação dos brasileiros: aquisição de frutas, hortaliças, bebidas não alcoólicas e densidade energética da dieta
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18031 |
Resumo: | Esta tese teve como objetivo avaliar a evolução de indicadores de qualidade da alimentação dos brasileiros e está estruturada em três manuscritos. Foram utilizados dados referentes a aquisição de alimentos das Pesquisas de Orçamentos Familiares referentes a 2002-03, 2008-09 e 2017-18. Artigo 1: caracterizou-se a quantidade e a variedade de frutas e hortaliças adquiridas nos domicílios brasileiros em 2008-09 e 2017-18 e segundo regiões e classes de rendimento em 2017-18. A quantidade anual per capita adquirida de frutas e hortaliças foi transformada em valores diários (em gramas). Foram descritas as médias da quantidade absoluta e relativa de cada tipo de fruta e hortaliça. Verificou-se baixa aquisição de frutas e hortaliças para o Brasil (54,4g e 42,7g em 2008-09; 49,7g e 37,4g em 2017-18, respectivamente), e em todas as regiões e classes de renda. O Sul apresentou a maior aquisição e o Norte a menor; a quantidade adquirida aumentou com o aumento da renda. Seis tipos de frutas (banana prata, maçã, banana d’agua, laranja pera, melancia e mamão) e três de hortaliças (tomate, cebola e cenoura) representaram mais de 50% da aquisição total no Brasil, sendo semelhante em todos os estratos analisados. Artigo 2: avaliou-se a evolução no volume de bebidas minimamente processadas e ultraprocessadas adquiridas para consumo nos domicílios brasileiros e segundo participação energética de alimentos ultraprocessados na alimentação. Investigou-se a média do volume de aquisição diária per capita (em miligramas) das bebidas e respectivos intervalos de confiança (IC95%). A bebida adquirida em maior quantidade em 2002-03 foi o leite (154,7ml; IC95% 146,4-162,9) e em 2017-18 os refrigerantes regulares (110,7ml; IC 95% 99,2-122,2). Houve diminuição na aquisição de leite desnatado e aumento de outras bebidas ultraprocessadas. O volume adquirido de todas as bebidas ultraprocessadas aumentou e das minimamente processadas diminuiu segundo aumento na participação de alimentos ultraprocessados. Artigo 3: avaliou-se a tendência da densidade energética (DE) da alimentação e dos alimentos adquiridos pelos brasileiros, considerando os grupos da classificação NOVA e os subgrupos de alimentos ultraprocessados mais densos. Todos os itens alimentares foram classificados em ultraprocessados ou não ultraprocessados. Após aplicar fatores de correção e cocção aos alimentos, foi calculada a DE de todos os itens sólidos. Foram descritas médias e IC95% da DE total, de cada grupo da NOVA e dos subgrupos de ultraprocessados. A DE total da alimentação não mudou ao longo dos 15 anos (1,97 a 1,94), mas não é considerada baixa (>1,25). Os ultraprocessados constituem o grupo mais denso da alimentação (2017-18: 3,11), com o dobro da DE dos alimentos in natura ou minimamente processados + ingredientes culinários (2017-18: 1,71). Os seis subgrupos de ultraprocessados mais densos foram: margarina, biscoitos doces e salgados, chocolates, cereal matinal e frios e embutidos. Considerando os três indicadores utilizados, podemos concluir que a qualidade da alimentação dos brasileiros está piorando com o passar dos anos, uma vez que a aquisição dos marcadores de alimentação saudável vem diminuindo e os não saudáveis aumentando, potencializando o risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis. |