Avaliação da microbiota intestinal, biomarcadores inflamatórios e reatividade vascular em pacientes com diferentes graus de tolerância à glicose e adiposidade corporal antes e após dieta padrão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva Junior, Vicente Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12568
Resumo: A microbiota intestinal tem sido estudada há mais de uma década e muitos achados na literatura ainda são conflitantes. Neste estudo transversal foram avaliadas as associações entre microbiota intestinal, biomarcadores inflamatórios e reatividade microvascular em indivíduos magros e obesos, diabéticos ou não. Quarenta e seis indivíduos foram incluídos no estudo e classificados em três grupos: controles (C), obesos (OB) e obesos diabéticos ou disglicêmicos (OBD). O estudo da microcirculação foi realizado através da LASER-Doppler fluxometria cutânea (LDF) e pela tonometria digital (EndoPat®). Foram avaliados os seguintes marcadores inflamatórios: fator de necrose tumoral (TNF), interleucina-6 (IL6), lipopolissacarídeo bacteriano (LPS), proteína de ligação ao LPS (LBP), leptina, adiponectina, grelina, peptídeo glucagon-símile tipo-1 (GLP1) e proteína de ligação ao retinol 4 (RBP4). Entre os marcadores bioquímicos, avaliamos: glicose, insulina, índice de resistência insulínica avaliado pelo <i>homeostatic model assessment insulin resistance</i> (HOMA-IR) e perfil lipídico. Alguns metabólitos e marcadores (glicose, insulina, LPS, grelina, GLP1) foram dosados seriadamente nos tempos basal, 30 e 60 min; após uma ingesta alimentar, enquanto os demais (TNF, IL6, LBP, perfil lipídico, HOMA-IR, leptina, adiponectina e RBP4) somente no tempo basal (0 min). A alimentação usada correspondeu à ingestão de uma dieta balanceada, líquida e padronizada (Nutridrink®). De maneira análoga, a tonometria digital foi realizada nos tempos inicial e final (60 min) enquanto a LDF foi realizada de maneira contínua durante todo o período de avaliação. A dieta habitual de cada indivíduo foi avaliada pelo questionário de frequência alimentar, a composição corporal pela bioimpedância elétrica e a microbiota intestinal, caracterizada a partir do DNA 16s bacteriano. Foram realizadas comparações objetivando a identificação de diferenças entre microbiota, metabolismo e inflamação entre os grupos de estudo, possivelmente causadas, entre outros fatores, pelas diferenças de dieta e composição corporal. Foram ainda realizadas correlações para avaliar a associação entre marcadores antropométricos de adiposidade, marcadores metabólicos e inflamatórios com a microbiota intestinal. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para a maioria dos macronutrientes dietéticos avaliados, o que possivelmente se refletiu na pouca diferença encontrada na microbiota intestinal. De maneira original, observamos um decréscimo temporal da curva de LPS em todos os grupos estudados, de maneira concordante entre si, embora somente tenha alcançado significância estatística no grupo OB e tenha demosntrado uma tendência à significância no grupo C. Conseguimos estabelecer importantes correlações entre marcadores bioquímicos, inflamatórios e microvasculares que corroboram importantes conceitos da fisiologia das doenças metabólicas e sua associação com inflamação sistêmica, como a relação negativa entre a área sob a curva da glicose e o índice de hiperemia reativa, a correlação positiva entre triglicerídeos e LPS e IL6. Corroborando com a complexidade do tema, não identificamos nenhum padrão característico de microbiota intestinal em nenhum dos grupos avaliados. Esperamos que este trabalho possa contribuir para que novas hipóteses sejam testadas no estudo das relações entre a microbiota intestinal com o metabolismo em humanos.