A Geografia de um saquarema: Justiniano José da Rocha e o contexto de construção do Brasil Imperial e de institucionalização de um saber escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Márcio Ferreira Nery
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18670
Resumo: Esta tese objetiva apresentar o contexto inicial de institucionalização da Geografia escolar no ensino secundário no Brasil através de um personagem singular da história nacional, que participou direta e ativamente da construção de um projeto de país: Justiniano José da Rocha. Destacam-se neste trabalho o panorama político e os principais debates nos quais esse intelectual se inseriu durante sua atividade militante em prol da causa conservadora (um conservadorismo não apenas moralista, pautado em costumes, mas sobretudo defensor de uma ordem social e política). Ambientado num período decisivo para a manutenção de um Brasil uno e indivisível (genericamente entre os anos pós-abdicação, em 1831, e o chamado “renascer liberal” nos anos 1860; ou mais especificamente o intervalo de tempo correspondente à atividade intelectual de Justiniano, entre 1835 e 1862), propõe-se aqui demonstrar como a Geografia escolar ensinada por Justiniano no Imperial Colégio de Pedro II, na condição de primeiro professor da disciplina naquela Instituição fundada por iniciativa governamental, correspondeu aos anseios do projeto saquarema, então força política hegemônica que atuou prioritariamente para que o Brasil não se fragmentasse política e territorialmente. Defende-se aqui que aquela Geografia ensinada nos bancos escolares do Colégio Pedro II, diferente da alcunha de mnemônica, vazia de sentidos e, portanto, enfadonha, qualidades essas normalmente atribuídas à Geografia escolar dos oitocentos, em verdade era eivada de sentidos convergidos ao propósito de formar os filhos da boa sociedade que constituiriam o “mundo do governo”, isto é, que constituiriam a classe senhorial e, mais especificamente, a classe dirigente do Brasil Imperial. Tratava-se, portanto, de uma Geografia alinhavada a questões que interessavam ao mesmo tempo à constituição e à perpetuação de uma ordem política e social concretizada enquanto projeto de Estado Imperial.