Uma poética do sono em Álvaro de Campos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guimarães, Vinícius Richter
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21610
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo realizar uma leitura da obra poética do poeta Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, tendo como elemento fundamental o fenômeno do sono. Levando em consideração os versos de um poeta reiteradamente cansado e sonolento - no que se costuma denominar o “último Campos”- cremos ser possível destilar uma postura artística que se compromete com o eixo temático dessa parcela de poemas, considerando, assim, a possibilidade de se esboçar os fios de uma possível poética do sono. Pretende-se, portanto, a apreensão de um esboço capaz de desabrochar, à janela da compreensão teórica, uma nova chave de leitura operada sob a suposição de que o discurso poético de Campos parece reatar um estado de sonolência próprio do poetizar a um sono incontornável de um dormir profundo, tendo em sua ressonância a realização de uma tarefa. Nesse sentido, partiremos do ensaio “Considerações de um poeta dormindo” (1941), no qual o poeta João Cabral de Melo Neto alimenta a suspeita de que, figurativamente, a poesia é uma obra nascida do sono, isto é, do “sono como fonte do poema”. O poeta pernambucano insinua que é possível identificar, na leitura das obras, o rastro de um emudecimento do escritor, uma relação de intenso parentesco entre as manifestações físicas e mentais do sono e um estado fértil à poesia e às artes. Desse modo, a partir da análise dos poemas e da colaboração do aporte teórico de parte da fortuna crítica pessoana, delimita-se o elaborar “no meio-sono” pretendido por um poeta que carrega a promessa de se tornar um “poeta sonambólico”. Assim, a pesquisa incide na análise textual do poema “O sono que desce sobre mim”, acercado de toda obra poética camposiana, como metonímia possível para compreender os efeitos poéticos obtidos pela utilização do signo “sono” e estabelecer no sono uma alegoria do fazer poético, e consequentemente, do retorno ao silêncio primeiro da linguagem, a natureza