O modelo Echinostoma paraensei (Trematoda:Digenea): avaliação do grau de compatibilidade entre hamster e rato Wistar, características do desencistamento in vitro e das alterações morfológicas provocadas pelo artesunato
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14374 |
Resumo: | Echinostoma paraensei é reconhecido como modelo adequado, entre outros fatores, face à facilidade de manutenção do ciclo em laboratório. Pouco se conhece sobre a cinética de desenvolvimento em hospedeiros com diferentes graus de compatibilidade, dos fatores envolvidos no desencistamento e a suscetibilidade dessas formas ao tratamento com fitoterápico. Nessa tese esses aspectos foram analisados. Metacercárias de E. paraensei foram removidas de Biomphalaria glabrata e incubadas in vitro em meio de tripsina e sais alcalinos para o estudo do desencistamento. Esse dependeu da presença de sais de bile e tripsina, mas não das concentração estudadas, atingindo altas taxas ao final de 2 horas. Por meio de microscopia de luz foram verificados quatro estágios de desenvolvimento: encistado, ativado, rompido e desencistado, semelhante ao descrito para outras espécies do gênero. Por microscopia de varredura laser confocal foi demontrado que as formas recém desencistadas apresentaram morfologia similar aos helmintos adultos, com exceção das estruturas do sistema reprodutor, nas quais estão presentes como primórdios genitais. Hamsters e ratos albinos foram infectados por gavagem e necropsiados com 3, 7, 14 e 21 dias de infecção. Por microscopia de campo claro foi observada maior taxa de recuperação de vermes em hamster, principalmente, nas duas últimas semanas. Nesse hospedeiro houve maior taxa de fecundidade, representado por maior número de espécimes ovígeras. Ao contrário, os dados morfométricos das gonadas eram significativamente menores em ratos. Por microscopia confocal foi obervado ovário atrofiado, espécimes com ausência de glândula vitelínica, embora houvesse espermiogênese e espermatozóides na vesícula seminal. Os dados acrescentam novas informações sobre o hamster como hospedeiro compatível do E. paraensei. O estudo dos aspectos fenotípicos de helmintos incubados in vitro é um método indicado para verificar o desenvolvimento de atividades terapêuticas. Metacercárias foram mantidas em meio RPMI 1640 com 1, 10, 25, 50 e 100 µg/ml de artesunato. A partir da concentação de 25 µg/ml do fármaco houve aumento da taxa de mortalidade e diminuição progressiva dos movimentos. As concentrações 100 µg/mL e 50 µg/mL causaram efeito deletério após 24 e 48 h, respectivamente. Por microscopia eletrônica de varredura foi verificado que os helmintos incubados com 50 e 100 µg/mL de artesunato, apresentaram inchaço, vesículas, orifícios, erupções, dobras no tegumento e perda de espinhos do collar. Pela primeira vez, foi demonstrado que larvas desencistadas são suscetíveis ao tratamento. O conjunto de dados confirma que E. paraensei é um modelo apropriado para estudos in vitro ou in vivo da biologia de trematódeos. As facilidades de cultivo in vitro, apontam para a possibilidade do estabelecimento de métodos alternativos nos estudos sobre o desenvolvimento e testagem de fármacos de origem vegetal com potencial de atividade antihelmíntica. Do ponto de vista ético, o cultivo in vitro poderá contribuir para a redução na utilização de animais nas fases iniciais do teste dos fármacos. |