Terras remotas: as ficções da economia e as zonas de ressaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Freire, Simone Cortezão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7381
Resumo: A pesquisa apresentada considera a mineração e as travessias marítimas como processos formadores e deformadores do território e o subsolo como informação geológica que resulta em disputas que rearranjam toda a superfície terrestre. A ideia de natureza do século XVIII como intocada, selvagem ou além-muros torna-se não apenas parte do imaginário, mas o movimento brutal de retorno das ficções econômicas que separaram cada vez mais natureza e cultura, ao mesmo tempo em que fazem surgir as zonas de ressaca como sobras desses movimentos da economia. Assim, o conceito de zonas de ressaca aqui desenvolvido parte da decomposição desses territórios minados , como o refluxo de toda materialidade que forma a economia. Nesse contexto, surge o homem geológico, ou o que Michel Serres descreve como a dinâmica ecológica planetária, suficientemente poderosa para que a humanidade se transforme em uma força geológica . Tendo as Terras Remotas como ponto central, a cava, ao avançar, se amplia silenciosamente e sob relativa invisibilidade, carrega o progresso prometido: uma ideia moderna de desenvolvimento e economia. A tese propõe um percurso que transita em diferentes níveis de informações, memórias, narrativas e imagens para um intrincado processo de relações entre conceitos da filosofia, geografia e das artes como: a natureza como produção, de Gilles Deleuze e Félix Guattari; o processo em Maurice Blanchot; a constelação de Walter Benjamin, ou mesmo a racionalidade do espaço de Milton Santos. Busca-se acionar, na dinâmica da própria escrita, entrelaçamentos entre realidade, natureza, ciência e ficção como formulação de um pensamento. É sobretudo no campo de negociação entre a história e a ficção que a pesquisa é orientada em seu duplo registro de reflexão teórica e prática artística. Assim, a tese tem como base a produção de dois filmes, no ponto onde a imagem e o som ultrapassam a escrita; a ficção como mote para tocar o real; como processo metodológico de pensar, conhecer e infiltrar lugares blindados, trazendo pela via da imagem e da escrita por vezes literária, os fragmentos da invisibilidade da história atual um modo de fazer aparecer o profundo processo de transformação da superfície e das Terras Remotas.