Repercussões e diferenças da menopausa recente pós ooforectomia bilateral comparada à menopausa natural na composição corporal, perfil metabólico, reatividade vascular, sexualidade, cognição e humor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rech, Ciciliana Maíla Zilio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12803
Resumo: As reais funções dos ovários após a menopausa e as consequências dos baixos níveis de testosterona em mulheres submetidas à ooforectomia bilateral são ainda pouco conhecidas. Com o objetivo de avaliar se os baixos níveis de testosterona influenciam as funções vascular, sexual e metabólica, a composição corporal, além da cognição e do humor, desenhou-se um estudo observacional, do tipo caso-controle. Nele, 81 mulheres menopausadas, sendo 36 com ooforectomia bilateral (O) e 45 controles com os dois ovários (C), adequadamente compensadas dos sintomas climatéricos com gel de estradiol, foram avaliadas através de pletismografia de oclusão venosa, bioimpedância, densitometria por DEXA, perfil bioquímico, hormonal e inflamatório. A função sexual, a cognição e o humor foram avaliados, respectivamente, pelo Female Sexual Function Index (FSFI), Mini Mental e Inventário de Beck (BDI). Os níveis de testosterona total (TT) nas O foi de 13,8 ng/ dl±14,4 vs. 27 ng/ dl±19,4 nas C (p = 0,001). O fluxo da artéria braquial no antebraço, em ml/min/100 ml de tecido, foi menor nas O comparadas às C tanto na análise basal (1.89±1.23 vs. 2.20±0.92, p=0.036), quanto após hiperemia reativa (dilatação endotélio-dependente, 3.74±1.87 vs. 4.58±2.31, p=0.031) e após uso de nitroglicerina (dilatação endotélio-independente, 1.53±0.89 vs. 1.82±1.06, p=0.025). Houve correlação positiva entre os níveis de TT e fluxos basais da pletismografia (FB1 e FB2), com r = 0,235 e 0,233; p = 0,034 e 0,036, respectivamente. A correlação positiva ocorreu também com fluxo pós-nitroglicerina (FPN), r = 0,312, p = 0,004, mas não foi estatisticamente significativa com o fluxo pós-hiperemia (FPH), r = 0,184, p = 0,1. Os níveis de sVCAM1 (soluble Vascular Cell Adhesion Molecule-1) apresentaram correlação negativa com os níveis de TT (r = - 0.320, p=0.005) e os níveis de IGF1 (Insulin-like Growth Factor-1), correlação positiva (r=0.290, p=0.013). Os escores do FSFI foram maiores em O, representando uma melhor função sexual neste grupo (p=0.003). Os grupos não diferiram na composição corporal e nos questionários para depressão e cognição. Em conclusão, a ausência de produção ovariana de testosterona em mulheres O se associou com pior reatividade vascular ou disfunção endotelial quando comparado com mulheres C. Não foi observada pior função sexual em O comparadas às C, nem houve relação entre os níveis de TT e escores de função sexual, depressão ou cognição.