Evolução geotectônica dos stocks Neoproterozoicos Marceleza e Leopoldina, remanescentes de arcos magmáticos continentais nos Orógenos Ribeira e Araçuaí: implicações geotectônicas na Província Mantiqueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Corrales, Felipe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17180
Resumo: Dois sistemas de arcos foram descritos no Orógeno Neoproterozoico Ribeira: o arco magmático continental interno e o arco magmático intra-oceânico externo. Novos dados geoquímicos, U-Pb e Lu-Hf (LA-ICP-MS) em zircões dos stocks Marceleza e Leopoldina, pertencentes ao sistema de arcos magmáticos continentais internos, na região limítrofe entre os orógenos Ribeira e Araçuaí são apresentados. As rochas magmáticas intermediárias a félsicas possuem altos teores de Ba, Sr, K/Rb, álcalis, LILE e LREE. Os baixos teores de Rb, Th, U, Nb e muito baixos de Y e HREE apontam para a geração dessas rochas em um cenário tectônico de supra-subducção, a partir da fusão da cunha astenosférica acima da placa oceânica em subducção. Os dados U-Pb (LA-ICP-MS) em zircão indicam idades de cristalização entre ca 650 e 600 Ma, com superimposição metamórfica de alta temperatura em ca 582 Ma. Zircões herdados de idade Toniana foram encontradas nas rochas mais antigas, sugerindo que o desenvolvimento do arco magmático continental poderia ter começado mais cedo. A associação entre os termos básicos (gabros e monzogabros) e intermediários (dioritos e monzodioritos) são geoquimicamente heterogêneas. Alguns representam magmas basálticos cálcio-alcalinos, enquanto os termos mais enriquecidos são basaltos intraplaca com componentes OIB. Juntamente com os dados litogeoquímicos, as assinaturas de Lu-Hf mostram idades modelo TDM entre ca 1.3 a 1.7 Ga, com valores iniciais de εHf variando de valores ligeiramente negativos (-0.9 a -3.75) a fortemente negativos (até -10.4) indicando que o arco magmático foi desenvolvido em ambiente de margem continental (ou seja, arco do tipo continental). As rochas estudadas representam o arco magmático do Rio Doce na região estudada e estão correlacionadas com outros segmentos de arcos localizados a norte, no Orógeno Araçuaí, e mais ao sul no Orógeno Ribeira, definindo um arco magmático de tipo continental de 1.000 km de comprimento. Este sistema de arcos internos colidiram primeiro contra o Cráton do São Francisco durante a orogenia Neoproterozoica brasiliana em torno de ca 580 Ma. A contemporaneidade da grande diversidade geoquímica entre rochas intermediárias a félsicas associadas as variações de rochas básicas, são sugestivas de uma complexa evolução desse sistema de zonas de subducção. Possíveis mecanismos para o enriquecimento magmático podem ter envolvido os processos de roll-back e a subducção de rochas da bacia de ante-arco, e o influxo da astenosfera ascendente associada a um processo de slab-window (ruptura de placa, subducção da crista) antes da colisão