Precarização do trabalho em serviço de atendimento móvel de urgência: repercussões para a saúde do trabalhador
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11441 |
Resumo: | A presente dissertação tem como objeto de estudo a precarização do trabalho em um serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) e suas implicações para a saúde do trabalhador . A motivação para o estudo surgiu, inicialmente, atuando como enfermeiro socorrista em um SAMU, onde pude observar e vivenciar problemas e queixas por parte dos trabalhadores relacionados à precarização do trabalho, considerando a problemática da perda de direitos trabalhistas previstos em lei e o temor do desemprego e suas repercussões. Os objetivos foram identificar o entendimento dos profissionais de saúde sobre a precarização do trabalho de um serviço de atendimento móvel de urgência; descrever as repercussões da precarização do trabalho para a saúde do trabalhador de um serviço de atendimento móvel de urgência e analisar os mecanismos de enfrentamento adotados pelos trabalhadores de um serviço de atendimento móvel de urgência diante da precarização do trabalho. Estudo qualitativo, descritivo e exploratório. O campo utilizado foi o SAMU com base descentralizada, localizada em um município da região metropolitana do Rio de Janeiro, de administração pública e integrante do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (CISBAF). Participaram do estudo 11 enfermeiros, 02 médicos e 05 técnicos de enfermagem. Na coleta de dados no primeiro momento, foi utilizado um instrumento estruturado para a caracterização dos participantes e posteriormente foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada, contendo um roteiro com 12 questões acerca do objeto do estudo. Após a transcrição das entrevistas, os depoimentos foram categorizados mediante a técnica de análise de conteúdo e discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho. Os resultados evidenciaram 3 categorias: insegurança e ausência de direitos trabalhistas, desproteção social, trabalho precarizado como fator de risco psicossocial à saúde do trabalhador e estratégias de enfrentamento e trabalho precarizado. Os trabalhadores se ressentem pelo fato de o vínculo temporário não garantir nenhum tipo de proteção social, gerando quadros de sofrimento psíquico evidenciados diante de sentimentos e expressões de medo, insegurança, impotência e de desvalorização. Acrescenta-se a angústia frente à possibilidade da perda do emprego com repercussões psicossociais fora do ambiente de trabalho. Diante da precarização do trabalho, os profissionais elaboram estratégias de defesa para se manterem produtivos e minimizarem o sofrimento. Conclui-se que o trabalho precário é um fator de risco psicossocial por acarretar implicações para a saúde do trabalhador e para o serviço de atendimento móvel de urgência, por interferir na qualidade e na continuidade de um serviço essencial à população. |