Avaliação dos serviços de atendimento móvel de urgência da rede de urgência e emergência da rede de atenção a saúde- 09: estudo multimétodos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Crivelaro, Laudiceia Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217984
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo avaliar os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência da Rede de Atenção à Saúde - 09 em relação ao preconizado nas políticas públicas nacionais com bases legais. Estudo transversal, multimétodos, foi conduzido em duas etapas. A primeira etapa (desenho quantitativo) consistiu na avaliação e descrição da estrutura dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência regionais, tendo sido baseada no referencial metodológico de Donabedian. Diferentes estratégias de coleta de informações foram empregadas: análise documental de manuais, portarias, deliberações e resoluções ministeriais; revisão sistematizada de artigos, teses e dissertações, escalas de trabalho, anotações em livros de relatórios; e entrevista com informantes-chaves, como enfermeiros coordenadores regionais; observação direta nas centrais de regulação regionais; e observação sistemática não participante nas viaturas. A coleta de dados consistiu em um roteiro de entrevista contendo duas partes. A parte I consistiu de um checklist e perguntas objetivas, preenchidos pelos entrevistados, cujas variáveis foram: recursos humanos, materiais tecnológicos de informação e as ferramentas de gestão. A segunda etapa do estudo (delineamento qualitativo) constituiu na parte II do roteiro respondido por escrito pelos gestores locais participantes, a partir de quatro perguntas norteadoras. Discursos do Sujeito Coletivo foi o referencial metodológico, cujo processamento das informações, análise e elaboração se deram por meio do programa Qualiquantisoft, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. A estrutura das ambulâncias estava adequada, com equipamentos novos e em bom funcionamento, porém a manutenção preventiva não é realizada em todas. Todos os locais analisados apresentavam materiais além do que é preconizado pelo Ministério da Saúde, eventualmente com falta de eletrodos ou algum outro item. Há rotinas e protocolos implantados na maior parte dos municípios, os quais estão acessíveis aos profissionais por meio de documentos impressos, pela internet, via e-mail, em murais, dentre outros. Quanto aos recursos humanos, foram evidenciadas: equipes completas, mas sem reserva técnica; jornada de trabalho exaustiva, cuja cobertura se dá com realização de horas extras; taxa de rotatividade baixa dos funcionários (contratos de regime estatutário ou celetista). Para os cargos de gestão, as trocas de funcionários são frequentes, o que prejudica a administração pública, a continuidade e a efetividade da proposição, implantação e resolução de problemas. Houve dificuldades de comunicação à central de regulação; ausência de periodicidade nas manutenções das ambulâncias, principalmente nas bases descentralizadas; desconhecimento da população a respeito da missão do SAMU; solicitações de material ou manutenção não atendidas; falta de capacitação e melhores condições de trabalho e salariais. Conclui-se que não há integração dos serviços de atendimento móvel com outros sistemas, o que dificulta o acesso às unidades de referência aos leitos de internação geral e especializada, como em terapia intensiva. Os serviços de atendimento móvel estão restritos às ações de operacionalização do atendimento pré-hospitalar, à decisão pelo despacho de ambulâncias, ao suporte técnico às equipes assistenciais e à decisão de destino do paciente conforme pactuação. As unidades pactuadas apresentam resistência para o recebimento de pacientes, por problemas estruturais na rede de serviços, e não pela desconsideração da regulação.