Taxonomia molecular e estruturação genética populacional das baleias-de-Bryde e baleias-fin (Cetartiodactyla: Balaenopteridae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dias, Carolina Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5786
Resumo: No presente trabalho a taxonomia de duas espécies de balenopterídeos foi investigada por meio de marcadores moleculares. Foram utilizadas duas regiões mitocondriais, o citocromo b e a região controle, além de um marcador nuclear, o íntron do gene da α- lactalbumina. O complexo de espécies de baleias-de-Bryde foi investigado em relação ao número de espécies que o compõe, visto que diversos autores questionam se Balaenoptera edeni (Anderson, 1879) e B. brydei (Olsen, 1913) devem ou não ser sinonimizadas. Foram analisadas amostras inéditas de 13 indivíduos da costa brasileira (Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e 60 indivíduos de outras regiões do mundo com sequências depositadas no Genbank (África do Sul e Oceanos Índico e Pacífico). Diferenças significativas entre B. edeni e B. brydei foram encontradas no presente estudo, corroborando a hipótese de que se trata de duas espécies distintas com divergência recente. A espécie que ocorre no Atlântico Sudoeste foi identificada como B. brydei e mostrou um alto grau de estruturação populacional com baixos índices de diversidade genética. Cinco populações distintas de B. brydei foram encontradas a partir da AMOVA (ΦCT = 0,854, P = 0,01): Atlântico Sudoeste, África do Sul (Atlântico Sudeste + Índico Sudoeste), Índico Norte, Índico Leste e Pacífico Noroeste. A segunda parte desse trabalho teve o objetivo de investigar o status taxonômico da baleia-fin, Balaenoptera physalus (Linnaeus, 1758) em caráter subespecífico. Atualmente, três subespécies de baleia-fin são reconhecidas: B. p. physalus (Linnaeus, 1758) para o Hemisfério Norte, B. p. quoyi (Fischer, 1829) para o Hemisfério Sul, e a forma pigmeia B. p. patachonica (Burmeister, 1865), descrita para a Patagônia. Contudo, um estudo molecular recente sugeriu a hipótese de uma nova subespécie, ainda sem nome, exclusiva ao Pacífico Norte. No presente trabalho 16 novas amostras coletadas na Antártica foram analisadas conjuntamente com sequências disponíveis das três bacias oceânicas: Atlântico Norte, Pacífico Norte e Hemisfério Sul. Nas reconstruções filogenéticas a partir do citocromo b, foi encontrado um clado diferenciado formado por amostras do Pacífico Norte que podem corresponder à nova subespécie proposta. Adicionalmente, a rede de haplótipos da região controle mostrou uma clara separação entre as três bacias oceânicas. Análises de estruturação populacional foram conduzidas avaliando a distribuição global da espécie, sem considerar a hipótese de subespécies e seus resultados revelaram um elevado grau de estruturação entre as bacias oceânicas (ΦCT =0,517, P = 0,001). O cenário de panmixia para o Pacífico Norte foi rejeitado pela AMOVA, porém o Atlântico Norte e o Hemisfério Sul são provavelmente panmíticos.