Entre o poder de agência dos atores sociais e a estrutura: uma análise sobre o papel do negro na historiografia recente da escravidão brasileira
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19565 |
Resumo: | A historiografia da escravidão negra ocorrida no Brasil é o tema desta tese. O objeto de estudo é a historiografia recente, posterior aos anos 2010. A pesquisa visou compreender como a historiografia recente tem operacionalizado uma questão teórica cara à produção de conhecimento histórico: a relação entre agência e estrutura. A reflexão crítica acerca da historiografia foi operacionalizada em conexão com princípios metodológicos da história intelectual. Em decorrência, contexto de enunciação e recepção dos referenciais teóricos, além de uma visão de processo histórico foram chaves heurísticas empregadas na análise das teses de doutorado selecionadas, com vistas a compreender como os(as) pesquisadores(as) se apropriam ou rebatem outras referências teóricas. Por isso, a apresentação da tese ocorre em perspectiva histórica, a fim de deixar claro tanto as continuidades quanto as mudanças na história da historiografia do tema. Foi elaborado, como ponto de partida, uma grade de inteligibilidade histórica construída a partir da experiência de leitura e trajetória acadêmica do pesquisador, o que possibilitou criar um guia de referência de análise para as teses recentes selecionadas. Em razão disso, foi possível inseri-las nos debates clássicos sobre o tema, problematizando suas filiações e suas críticas teóricas. Observou-se, nas teses selecionadas sobre o tema, uma disputa entre pesquisas vinculadas à nova historiografia da escravidão pós-1980 e trabalhos que se balizam no conceito de segunda escravidão. Aqueles criticaram, substancialmente, uma visão teórica estrutural que retiraram os sujeitos da história, ao passo que estes últimos recolocaram, de forma enfática, a estrutura como referente importante a se comunicar com as ações dos sujeitos. No centro dessas disputas teóricas estão a agência e a estrutura protagonizando um clássico dilema que norteia a construção do conhecimento histórico até os dias atuais. Diante da leitura das fontes, três considerações são expostas como resultados da pesquisa: (i) há, desde a nova historiografia da escravidão pós-1980, uma crescente diversificação das estratégias de conhecimento sobre o tema da escravidão; (ii) emergiu, no século XXI, uma proposta teórica baseada no conceito de segunda escravidão, cuja sugestão de pesquisa é que se estude a escravidão do século XIX em comunicação constante com as mudanças operadas na economia-mundo; (iii) a agência escrava permanece, de forma contundente, como uma conquista da nova historiografia da escravidão pós-1980, mas, no contexto atual, a agência foi requalificada porque há exigências de articulação mais fortes com totalidades estruturadas. Esta tese identifica, portanto, que estamos vivendo um novo momento da historiografia da escravidão. Essa é uma indicação deixada por esta pesquisa para que outras possam ampliar nosso conhecimento sobre o cenário atual, de modo a pensarmos melhor sobre esse tema tão importante e tão candente para a nossa vida. |