Para investigar o mar precisei atravessar a pele: notas sobre moluscos, memória e ancestralidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Mariana da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Sea
Mar
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19361
Resumo: Proponho, a partir de pequenos acúmulos de textos, uma investigação sobre memória, ancestralidade e questões étnico-raciais. Os acúmulos ou notas se intercalam a relatos pessoais sobre a minha infância, trabalhos de artes visuais e mitos e histórias sobre o mar e suas criaturas. Movida pela possibilidade de haver um mar dentro de mim, elejo os moluscos, tais como os polvos, para me guiarem entre os emaranhados de tentáculos e cabelos que encontro no caminho. Comparo nossas fisiologias, origens, histórias, peles. A inquietude constante na pele do polvo, visível em sua movimentação intensa, torna-o apto a mudar de aparência indefinidamente. Penso em todas as células que constituem a minha pele, na mestiçagem, nas consequências do sequestro e escravização de pessoas africanas vindas para as Américas. A camuflagem e os truques de fuga dos polvos me levam a pensar na criação de estratégias, situações e imagens através das quais nos aproximamos da liberdade. Para chegar nas águas de dentro, precisei atravessar muitas camadas de peles marcadas por traumas, feridas e cicatrizações.