Na Carne do Social: Dom Constituinte, Metamorfoses do Político e Paradoxos da Reconstrução Democrática
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15504 |
Resumo: | Reconstruídas, após a IIa GM, à prova do totalitarismo, esconstruídas, desde os anos 1970-80, à prova do parcelitarismo, as democracias contemporâneas tornam-se um problema, impondo-nos o desafio de uma segunda reconstrução: após a vitória do direito, a aceleração da história e a globalização sem precedentes com a hegemonia utilitarista do modelo de sociedade-mercado, urge, hoje, retornar com o político em duas frentes: de um lado, com o pensamento do político, a fim de voltar a pensar nosso próprio tempo; de outro, com a comunidade política democrática, formando um ser-conjunto autônomo capaz de dominar sua própria história em torno de um projeto de bem viver juntos. Na Primeira Parte, é proposta uma reconstrução política do pensamento e da ação por meio da reflexão sobre a fundação simbólica do social, a fim de chegar à lógica do dom. No primeiro capítulo, são analisadas as teses de Lefort sobre o primado do político, com sua proposta de um pensamento do político capaz de situar-se na carne do social, operando pela reflexão cruzada entre político e religioso, democracia e totalitarismo. Da reflexão sobre a forma como o regime totalitário se relaciona com a lógica do dom, chegamos ao segundo capítulo sobre Mauss, apresentando o conceito de fato social total operado por uma arqueologia do social que revela a lógica do dom arcaico. Da qual extraímos uma filosofia prática uma phronesis arcaica , servindo ao mesmo tempo para a crítica do bolchevismo e o projeto de um socialismo democrático. No terceiro capítulo, chegamos a Caillé, que propõe o desenvolvimento de uma antropossociologia política do dom, permitindo-nos construir uma teoria antiutilitarista da ação e uma doutrina mínima o convivialismo como norte para a prática de renovação das democracias. Na Segunda Parte, entramos na obra de Gauchet, pelo que se abrem, de um lado, as perspectivas de uma história das metamorfoses do político até o advento da democracia, e, de outro, uma ontologia política do tempo presente que desvende os paradoxos da reconstrução democrática pós-totalitária. No quarto capítulo, são apresentadas as teses de Clastres, que se tornarão o ponto de partida da obra de Gauchet, que será objeto do quinto e último capítulo. As teses sobre a política da instituição selvagem e a filosofia política do dom serão analisadas, a fim de servir de ponto de partida para uma história política da religião. O distanciamento histórico em relação ao tempo presente permite uma nova inteligência da dinâmica das sociedades contemporâneas no que têm de específico: a saída da religião. No fim do percurso histórico chegamos aos dilemas das democracias atuais, que, filhas da síntese democrático-liberal do pósguerra, encontram-se em uma dinâmica auto-destrutiva, capturadas pela ideologia da possibilidade de uma democracia organizada por mecanismos impessoais de mercado associados à garantia de direitos individuais em um mundo de hiperindividualismo; o que as faz perder assim o poder de se realizarem, autônoma e conscientemente, como um projeto coletivo dominando sua própria história segundo a vontade do ser-conjunto. |