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Práticas institucionais em hospitais psiquiátricos no século XX à luz da literatura de Lima Barreto e Maura Lopes Cançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Neves, Nataly Soares de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20520
Resumo: A presente pesquisa tem como proposta a reflexão e investigação de como o testemunho de dois escritores brasileiros, através de seus diários publicados, escritos durante as suas internações em hospitais psiquiátricos no século XX, podem vir a contribuir para discutir e interrogar as práticas institucionais no campo da psiquiatria. Com o intuito de contextualizar o objeto de estudo deste trabalho, foi apresentado um breve panorama acerca do que seriam as práticas institucionais da psiquiatria e como a loucura foi percebida socialmente durante período histórico que decorre das internações dos autores. O escritor Lima Barreto narra sua internação no ano de 1919 e 1920 no Hospício Nacional de Alienados, enquanto Maura Lopes Cançado descreve o que viveu entre o final do ano de 1959 e início de 1960 durante sua interação no Hospital Gustavo Riedel. A escolha por estas obras da literatura brasileira busca valorizar o testemunho de pessoas que passaram por internações, o que à época os fazia serem marginalizados na sociedade. Ao mesmo tempo em que tratam de questões que dizem respeito à subjetividade de cada um, suas obras retratam as experiências e o cotidiano que não dizem respeito apenas a si mesmos, caracterizando documentos de grande valor para a pesquisa. Como metodologia, a pesquisa qualitativa foi adotada através de uma revisão narrativa da literatura. A pesquisa se justifica pela constante necessidade de problematizar a possível repetição de modelos de tratamento psiquiátrico que desconsideram o sujeito e o submetem a situações de violência. Como resultados obtidos, foram identificadas algumas divergências entre o discurso da psiquiatria e a execução de suas práticas nas instituições hospitalares de caráter manicomial. Demonstrou-se também a riqueza da utilização da literatura testemunhal em pesquisas acadêmicas, como por exemplo, na discussão acerca da psicanálise se inserindo como uma prática clínica nos hospitais psiquiátricos e outras ferramentas terapêuticas, bem como a percepção que os autores/pacientes tinham das práticas durante sua internação.