Pretorianismo à brasileira: o legado intervencionista e o enraizamento militar na política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Munhoz, Juliana Soares Pacheco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23431
Resumo: Este estudo se insere em um contexto de crescente cristalização da politização das Forças Armadas no Brasil, especialmente a partir de 2014, quando as intervenções militares na política se tornaram mais visíveis desde a redemocratização. Esse fenômeno foi acompanhado por um discurso conservador que propõe a salvação do país pelas mãos dos militares, algo que, para mim, representa um ponto crucial de análise. Em minha pesquisa contextualizo o papel das Forças Armadas na América Latina, onde o envolvimento militar na política é uma prática comum, e busco entender como essas dinâmicas refletem nas relações de poder dentro do Brasil. Minha dissertação oferece uma visão crítica sobre a continuidade de uma mentalidade intervencionista e militarista, que permanece influente no cenário político atual, visando investigar a relação entre as Forças Armadas e a sociedade brasileira, com foco na construção de um imaginário de confiança e apoio à instituição, apesar de seu histórico de intervenções políticas. O objetivo principal é entender como o militarismo é estruturado no Brasil e ve-lo por uma ótica ideológica com base na obra de Michael Freeden. Para tal, fora adotada uma abordagem qualitativa, utilizando métodos de reconstrução lógica e análise bibliográfica, com uma investigação descritiva e exploratória, buscando compreender como as atitudes, concepções e discursos emanados da caserna impactam a percepção sobre os militares. Os resultados indicam que, apesar de seu histórico de intervenções, as Forças Armadas mantêm um alto grau de legitimidade entre a população civil, sendo vista como uma instituição moralmente superior e capaz de resolver os problemas do país. Além disso, destaco que a ideologia militarista tem raízes profundas na história do Brasil, especialmente após o movimento tenentista e as sucessivas intervenções militares no governo. Por fim, concluo que a confiança inabalável da sociedade brasileira nas Forças Armadas não pode ser explicada apenas por uma percepção racional da eficiência institucional, mas está profundamente enraizada em um imaginário cultural. A presença constante de discursos militaristas e a legitimação da intervenção militar, mesmo em tempos de paz, refletem uma dinâmica de pretorianismo que continua a influenciar a política brasileira.