Avaliação dos efeitos adversos e comorbidades dos pacientes tratados com poliquimioterapia para Hanseníase em 13 anos no Hospital Universitário Pedro Ernesto
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8639 |
Resumo: | A Hanseníase ainda é um problema de saúde pública no Brasil, está entre as doenças negligenciadas, e leva a incapacidades físicas de pacientes em idade produtiva. Desde 1994, o Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde preconizam a Poliquimioterapia (PQT) para o tratamento da Hanseníase, com objetivo inicial de diminuir a prevalência da doença, assim como a resistência medicamentosa. O esquema poliquimioterapico utilizado é baseado na classificação do paciente em Paucibacilar ou Multibacilar. A forma paucibacilar compreende a Hanseníase indeterminada, a tuberculoide e a maioria das dimorfo-tuberculoides, e a forma multibacilar, inclui os dimorfos e os Virchowianos. O paciente que é classificado clínica e laboratorialmente como Paucibacilar recebe um tratamento com duas drogas drogas: rifampicina e dapsona. O paciente multibacilar é tratado com mesmo esquema, acrescido da clofazimina. O tempo de tratamento é prolongado, no mínimo seis meses até 12 ou 24 meses. As principais causas da manutenção da transmissão da hanseníase são o diagnóstico tardio e o abandono de tratamento. A falta de reconhecimento leva muitas vezes à suspensão terapêutica desnecessária. Foi realizado um estudo observacional, analítico, coorte retrospectivo baseado na análise de prontuários de 371 pacientes diagnosticados com Hanseníase no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2014. Foram analisados os dados epidemiológicos e demográficos do total e dos 196 que foram acompanhados no serviço. Grande parte dos pacientes tinha entre 15 e 45 anos (43,88%), homens e mulheres são afetados pela doença em proporções semelhantes, mas as mulheres têm as formas mais brandas da doença, enquanto os homens as mais avançadas. O mais baixo grau de escolaridade se relacionou com as formas mais graves e com os maiores graus de incapacidade da doença. As comorbidades mais frequentes foram a hipertensão arterial sistêmica e a diabetes melitos com prevalências semelhantes às da população geral, outras 31 comorbidades foram relatadas. Em relação aos efeitos adversos (EA) com a PQT, 30,27%(56), dos pacientes acompanhados apresentou alguma alteração, e, em 16,21%(30) dos casos a droga implicada foi substituída. A idade avançada é fator de risco para EA, a cada ano de idade aumenta o risco em 2%. Os EA mais frequentes foram anemia hemolítica aguda e crônica (30,35% e 42,85%), seguidos das alteração gastrointestinal (19,64%). A síndrome sulfônica foi descrito em três prontuários. A dapsona foi a droga mais responsável pelos EA. Em relação aos EA hematológicos, foi observado que as mulheres foram duas vezes mais acometidas. Não houve nenhum caso letal. A partir desses achados e contribuindo para estratégia de desencentralização do tratamento também foram construídos algoritmos de identificação e conduta terapêutica para os EA mais frequentes e mais graves para que a experiência de um hospital quaternário auxilie a atenção primária na condução dos pacientes em tratamento para Hanseníase. |