Palavra, pena e prelo um estudo sobre formação e ações de João Alfredo Corrêa de Oliveira (1855-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nascimento, Fátima Aparecida do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17562
Resumo: O estudo buscou compreender a relação entre poder e educação, usando como recurso metodológico analisar a trajetória de João Alfredo Corrêa de Oliveira, sujeito que exerceu diversas funções, incluindo a de Ministro dos Negócios do Império no período de 1870-1875. O objetivo foi observar as intenções do Estado ao propor três projetos formulados durante sua gestão e que possuíam um ponto em comum, a instrução. Para tanto busquei dialogar com as tensões, conflitos e alianças que se formaram no processo de produção, apresentação e deliberação das reformas. Investigar a trajetória deste sujeito possibilitou pensar os projetos, processos de estruturação e modos de funcionamento do Estado brasileiro, a partir dos quais se procurou fazer funcionar um conjunto de mecanismos voltados para reordenar a vida em comum, como a reforma de emancipação do elemento servil, a reforma eleitoral e a de reorganização do ensino. Para tanto, as análises incidiram sobre as articulações deste ministério com a imprensa, o parlamento e nas relações internacionais estabelecidas. A definição do recorte temporal está vinculada ao período em que João Alfredo Côrrea de Oliveira entra na cena pública, quando eleito deputado pela primeira vez em 1855 e quando finaliza o último cargo público que ocupou no Império como Presidente do Gabinete e Ministro da Fazenda, em 1889. Importa destacar que as iniciativas e projetos deste ministério foram pensadas em rede, não foram produzidas, elaboradas e colocadas em prática isoladamente, o que pode ser percebido nos embates na Câmara dos Deputados, no Senado, na imprensa e nas relações com países da Europa e com os Estados Unidos. Para realizar as reflexões, selecionei um conjunto de fontes, compondo uma coleção constituída pelos Anais da Câmara dos Deputados e do Senado, impressos variados e ofícios do Arquivo Histórico do Itamaraty. Esses documentos permitiram pensar os acontecimentos políticos, sociais e educacionais, o exame de experiências do sujeito e das instituições nas quais esteve implicado, bem como possibilitaram explorar pontos relevantes referente à relação do Brasil com exterior. Também fizeram parte deste conjunto de documentos ofícios e biografias de João Alfredo, localizados no Arquivo Nacional, cujas análises permitiram escrutinar o expediente da Secretaria de Estado dos Negócios do Império e aspectos da trajetória do biografado. Os relatórios oficiais auxiliaram na busca de um conjunto de sinais das ações ministeriais no campo da educação. Por fim, investi nas correspondências ativas e passivas do acervo pessoal de João Alfredo e da esfera institucional, que dão visibilidade às redes heterogêneas no campo pessoal, social e institucional. O trabalho com esse núcleo documental e bibliografia correlata à problemática destacada nessa pesquisa permitiram perceber os jogos de poder, de saber e o protagonismo de determinados homens na direção do Estado Imperial. Do ponto de vista da narrativa, estruturei a tese em torno de quatro capítulos, compreendendo as questões centrais do trabalho. Tomei a trajetória do sujeito como um recurso que possibilitou inquirir, discutir e pensar as tensões que marcaram a gestão do Estado Imperial, no período focalizado. Ações formuladas e amplamente debatidas no espaço público que, no limite, procuravam delinear parâmetros mais ou menos “civilizados” para gerir as populações pela via da liberdade, do voto e da instrução.