Histórias em quadrinhos no ensino-aprendizagem do português como língua de herança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Caldeira, Brízzida Anastácia Souza Lobo de Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16731
Resumo: O ensino-aprendizagem de português em instituições estrangeiras pode ter como público-alvo aprendizes do português como língua estrangeira (PLE); alunos nascidos em países de língua portuguesa, que moram no estrangeiro e continuam os estudos da sua língua materna (PLM); ou alunos oriundos de famílias que têm o português como língua de origem e estudam o português como língua de herança (PLH), por razões afetivas. Nesta pesquisa, busca-se entender se e como a leitura e a manipulação de histórias em quadrinhos podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem do português como língua de herança em contextos variados de ensino, que abrigam alunos de PLE e PLH. Para tanto, foram compiladas narrativas escritas e orais produzidas por alunos a partir da leitura de histórias em quadrinhos (HQs), assim como entrevistas semiestruturadas de rememoração das atividades. A geração de dados ocorreu ao longo de um semestre em que atuei como professora regente de aulas na Universidade Rennes 2 e através da gravação de duas aulas de dois cursos privados da cidade de Rennes. Os dados foram analisados à luz da Linguística Cognitiva, tendo como categorias de análise os seguintes conceitos: categorização e recategorização em L2 (LITTLEMORE, 2015); Modelos Cognitivos Idealizados (LAKOFF, 1987); e mesclagem, na Teoria da Integração Conceptual (FAUCONNIER; TURNER, 2002). A análise dos dados foi organizada a partir de cada contexto e contemplou as seguintes etapas: práticas pedagógicas; quadrinhos utilizados; produções escritas e orais dos alunos; e entrevistas de rememoração, no caso dos alunos da universidade. As interações em cada entrevista foram analisadas segundo a estrutura de tópicos (GÖRSKI, 1993; CHAFE, 1994). Inspirada em Bernardo (2002), a estrutura de tópicos é organizada a partir dos Espaços Mentais (FAUCONNIER; TURNER, 2002) ativados por gatilhos linguísticos presentes na interação verbal. Os entendimentos emergentes da análise foram cristalizados segundo Richardson (2018). Essa visão analítica considera a existência de múltiplos ângulos de aproximação dos dados de acordo com várias perspectivas, desconstruindo a ideia tradicional de verdade absoluta. Espera-se compreender, a partir da análise, (1) qual seria o papel dos quadrinhos na prática pedagógica de PLH; (2) os processos cognitivos ativados na leitura das HQs por esses alunos, refletidos nas produções textuais e orais subsequentes. Espera-se ainda compreender (3) os entendimentos que essa experiência nos permite construir em relação ao ensino-aprendizagem de PLH em contextos variados. Dentre os entendimentos gerados, destaco terem as HQs mediado a construção de conhecimento ao propiciarem exposição linguística e evocarem aspectos culturais na pré e pós-leitura. Tal exposição linguística gerou, igualmente, oportunidades para a integração do conhecimento prévio dos alunos (os MCIs) com aquele coconstruído interacionalmente, permitindo a emergência de sentidos inéditos pela Integração Conceptual. Ademais, os resultados corroboram as colocações de Reid (1998) acerca das características dos falantes de herança, visto que as habilidades de compreensão e produção oral dos participantes de PLH se mostraram superiores aos de alunos de PLE