Manuela Sáenz e os dilemas da “amante-libertadora”: significações de uma trajetória no labirinto da história latino-americana
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17542 |
Resumo: | A figura de Manuela Sáenz, inicialmente conhecida e consagrada sob o rótulo de amante do ―Libertador‖ Simón Bolívar, foi ao longo do século XX sendo cada vez mais reconhecida por suas ações em prol da luta por independência, até alcançar o título de ―Libertadora‖. O fenômeno que corresponde à proliferação de narrativas literárias que surgiram entorno desta figura histórica, especialmente em décadas recentes, chama a atenção em contraste com a marginalização da personagem na clássica narrativa historiográfica da independência, assim como ocorre com inúmeras outras mulheres que estiveram engajadas no mesmo processo. Esta tese propõe uma análise das primeiras narrativas que estão na base deste imenso acúmulo de elaborações ficcionais com as quais se buscou preencher os vazios da história. Isto porque tais narrativas, analisadas enquanto ―invenções significativas‖, revelam os fundamentos sócio-históricos de alguns dos principais dilemas que permeiam estas representações. De um lado, a marca do fascínio e ao mesmo tempo da rejeição que se desprende das três principais produções elaboradas desde olhares marcadamente masculinos, que foram responsáveis por notabilizar inicialmente a personagem, concebendo lhe como uma espécie de anti-heroína, relaciona-se com o intento de expurgar as marcas da insubordinação feminina do horizonte da luta por emancipação colonial, no que a atuação das mulheres possuía um efeito radicalizador em afinidade com a atuação revolucionária de setores populares. Por outro lado, os escritos da própria Sáenz, recuperados tardiamente do esquecimento e da destruição a que foram submetidas estas fontes documentais, apontam o efetivo intento de ampliação deste horizonte sob a fórmula de um heroísmo romântico que proporcionava um singular cruzamento do ideal de liberação nacional com um incipiente ideário de emancipação feminina. |