A constituição do habitus profissional no Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11157 |
Resumo: | A presente tese teve como objeto o processo de constituição do habitus profissional das egressas do Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Para este estudo, foram elaborados os seguintes objetivos: Descrever os determinantes da opção das egressas pela residência como uma modalidade de formação profissional; Analisar o processo de incorporação do habitus profissional nas egressas pesquisadas; Discutir os capitais adquiridos e as disposições incorporadas pelas egressas durante a Residência. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, que utilizou a entrevista como técnica de coleta de dados. Os participantes foram 13 enfermeiras obstétricas, egressas do Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica, da UERJ, com atuação profissional atual em maternidades municipais do Rio de Janeiro. Para a análise do material, utilizou-se a análise do discurso, como dispositivo teórico de interpretação, e a sociologia de Pierre Bourdieu, como dispositivo analítico. Sob a influência da ideologia da pós-modernidade nos campos laboral e da educação brasileira, a análise dos discursos revelou que a estrutura didático-pedagógica da modalidade de residência oferece a possibilidade de adquirir competências com alto grau de legitimidade nos campos obstétricos e de acumular capitais valorizados no mercado de trabalho. Essas questões se configuraram como circunstâncias que determinaram a opção das egressas pela residência em enfermagem obstétrica como modalidade de ensino para a formação profissional. Em relação ao Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica da UERJ, os discursos das egressas desvelaram que essa socialização profissional funcionou como matriz de circunstâncias que viabilizaram a apropriação de capitais e a internalização de disposições. Nesse contexto, o campo do ensino e os campos de prática assistencial se configuraram como espaços de aprendizagens distintas, mas que atuaram sinergicamente para promover a incorporação do habitus profissional nessas agentes. Em relação ao campo do ensino, a seleção e o direcionamento das disciplinas teóricas emergiram como condições relativas ao bloco teórico, que favoreceram, por meio das ações pedagógicas desenvolvidas pelos docentes, a sensibilização das residentes com a desmedicalização. Na perspectiva dos campos de prática assistencial, a seleção dos cenários de treinamento em serviço e a organização das atividades das residentes, revelaram-se como condições primordiais do bloco prático, que proporcionaram aprendizagens peculiares em cada ano do curso. Como resultado de um trabalho sistemático e duradouro, constatou-se que essa socialização favoreceu a incorporação do habitus profissional da enfermagem obstétrica nas residentes, pois as disposições captadas nos discursos das egressas apresentaram-se ancoradas em capitais próprios dessa especialidade, os quais foram veiculados no curso e se transformaram em propriedades integrantes dessas agentes. Logo, a ideologia da desmedicalização se mostrou como disposição cognitiva presente na dimensão eidos do habitus das egressas, transparecendo em seus dizeres por meio de atitudes, enquanto disposições práticas geradas pela dimensão ethos, e de posturas que, sob a forma de disposições corporais e afetivas, correspondem à dimensão héxis. |