Estrutura e função vascular na insuficiência cardíaca induzida pela doxorrubicina
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12805 |
Resumo: | A doxorrubicina é um antibiótico da classe das antraciclinas eficaz e bastante utilizado no tratamento de vários tipos de câncer, porém, seu uso clínico pode ser limitado pelos seus conhecidos efeitos tóxicos sobre o coração. Pelo fato do sistema circulatório ser um sistema fechado, não se pode negligenciar a influência da função vascular sobre a função cardíaca. De fato, estudos epidemiológicos evidenciam uma associação inversa entre função endotelial e gravidade da insuficiência cardíaca. No entanto, até o momento, as investigações acerca das alterações vasculares após o tratamento com doxorrubicina são escassas. O presente estudo objetivou investigar as alterações na estrutura e função vascular induzidas pela doxorrubicina em roedores. Para isso, ratos SpragueDawley machos (250-300 g) foram distribuídos entre os grupos DOX (n inicial = 20) e controle (n inicial = 13) e receberam injeções intraperitoneais de DOX (1 mg.kg-1.dia-1 durante 10 dias; dose total, 10 mg.kg-1) ou de solução salina (NaCl 0,9 %), respectivamente. A massa corporal e a pressão arterial média desses animais foram aferidas regularmente ao longo do protocolo experimental. Quatro semanas após a última injeção de DOX ou salina, foi realizada a eutanásia com uma superdose de tiopental sódico (90 mg.kg-1, i.p.). O leito arterial mesentérico dos animais foi removido e isolado para estudo da reatividade vascular, a qual foi avaliada com a administração dos seguintes vasopressores: norepinefrina, fenilefrina, cloreto de potássio (KCl) e vasopressina. O remodelamento das artérias aorta e femoral foi avaliado por microscopia óptica após coloração com tricrômico de Masson. Uma mortalidade de 25% foi observada no grupo DOX, enquanto todos os animais do grupo controle sobreviveram. Os animais do grupo DOX apresentaram redução da massa corporal e da pressão arterial média em relação ao grupo controle. Os dados histológicos mostraram que tanto a artéria aorta torácica como a femoral do grupo DOX apresentaram uma maior deposição de fibras colágenas na túnica média quando comparados com o grupo controle. Além disso, as micrografias sugerem que em comparação com o grupo controle, no grupo DOX, a artéria femoral apresenta a túnica média mais espessa com consequente redução no diâmetro da luz, o que não foi evidenciado na artéria aorta desses animais. Do ponto de vista funcional, o grupo DOX apresentou menor resposta vasopressora quando estimulados com doses crescentes de fenilefrina, norepinefrina e KCl; e, paradoxalmente, maior resposta vasopressora quando estimulado com doses crescentes de vasopressina. Nossos resultados sugerem que, além dos conhecidos efeitos adversos sobre o coração, a doxorrubicina provoca um remodelamento vascular que pode contribuir para a disfunção contrátil observada. A paradoxal resposta constritora à vasopressina pode ser importante do ponto de vista terapêutico, embora os mecanismos ainda precisem ser investigados. |