Influência da sensibilidade barorreflexa arterial e da atividade nervosa simpática no fluxo sanguíneo encefálico em pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Edna Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-17112023-165331/
Resumo: INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma das principais causas de morbimortalidade relacionadas às doenças cardiovasculares. A repercussão sistêmica da falência na função cardíaca tem sido alvo de interesse, na tentativa de compreender possíveis mecanismos envolvidos na lesão de órgãos-alvo, como por exemplo, o cérebro. Apesar de alguns mecanismos fisiopatológicos estarem associados ao fluxo sanguíneo encefálico (FSE), tais como, o miogênico e o metabólico, a influência do mecanismo neural ainda é pouco conhecida. Além disso, não está claro se durante uma situação de estresse fisiológico como o exercício físico, a resposta do FSE está comprometida nos pacientes com IC. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o ganho da sensibilidade barorreflexa arterial (SBR) e a atividade nervosa simpática muscular (ANSM) com o FSE. Além disso, avaliar de forma simultânea, o FSE e a ANSM basal e durante o exercício. MÉTODOS: Doze pacientes com IC (Grupo IC), com fração de ejeção <40% e doze indivíduos controle saudáveis (Grupo CS), pareados por idade e índice de massa corpórea, foram incluídos no estudo. Foram avaliadas as variáveis de pressão arterial (PA, Finometer), frequência cardíaca (FC, eletrocardiograma), fluxo sanguíneo muscular (FSM, pletismografia de oclusão venosa), ANSM (microneurografia), pressão expirada final de dióxido de carbono (PETCO2, capnógrafo), ganho da sensibilidade barorreflexa espontânea do intervalo R-R (análise espectral bivariada pelo método autorregressivo) e o FSE, através da velocidade média do fluxo sanguíneo encefálico (VMFSE, Doppler transcraniano). Os participantes foram avaliados no basal (10 minutos) e durante o exercício isométrico de preensão de mão por 3 minutos, na intensidade de 30% da contração voluntária máxima. RESULTADOS: O ganho da SBR foi menor no grupo IC comparado ao grupo CS (4,5±0,3 vs. 12,8±1,0 ms/mmHg, P<0,001). A ANSM foi maior no grupo IC comparado ao grupo CS no basal (46±3 vs. 22±2 disparos/min, P<0,001) e durante o exercício (62±2 vs. 32±2 disparos/min, P<0,001). Além disso, a resposta da ANSM (Área sob a curva, A.S.C.) durante o exercício foi maior no grupo IC (A.S.C.= 148±5 vs. 80±4 disparos, P<0,001). Já, a VMFSE no basal e durante o exercício foi menor no grupo IC comparado ao grupo CS (49,3±3,1 vs. 63,4±3,2 cm/s, P<0,001 e 53,9±2,9 vs. 74,5±2,9 cm/s, P<0,001, respectivamente). Além disso, a resposta da VMFSE durante o exercício foi menor nos pacientes com IC (A.S.C.= 161,8±6,6 vs. 210,2±11,8 cm/s, P=0,002). Em relação à influência dos mecanismos neurais no fluxo encefálico, o presente estudo evidenciou uma associação positiva entre o ganho da SBR e a VMFSE (R=0,51, P=0,01) e uma associação negativa entre a ANSM e a VMFSE (R= -0,54, P=0,007) no basal. Adicionalmente, observamos uma associação positiva entre o ganho da SBR e a resposta da VMFSE (R=0,61, P=0,002) durante o exercício e uma associação inversa entre a resposta da ANSM e a resposta da VMFSE durante o exercício (R=-0,56, P=0,005). CONCLUSÃO: Pacientes com IC possuem VMFSE reduzido no basal e também durante o exercício em comparação ao grupo CS, o que pode representar um risco adicional para esses pacientes. Além disso, o ganho da SBR e a ANSM estão associados à menor VMFSE, tanto no basal como durante o exercício. Assim, esses resultados sugerem que o mecanismo neural explica, pelo menos em parte, o menor FSE observado nos pacientes com IC