Ingestão de cafeína entre os adolescentes brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vizentin, Nathalia Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18965
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a ingestão de cafeína pelos adolescentes brasileiros, os principais alimentos contendo cafeína que são consumidos por estes e sua associação com o sono. Foram utilizados dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes. Inicialmente, através do recordatório alimentar de 24 horas foram listados todos os alimentos fontes de cafeína ou que poderiam contê-la, mesmo em quantidade pequena e nesta lista foi colocado o valor de cafeína para cada 100 mg ou ml de cada alimento/preparação. Em seguida, foi estimada a ingestão de cafeína de cada adolescente e calculadas as médias de ingestão da cafeína em mg/dia e mg/kg/dia e também as frequências de ingestão de cafeína de acordo com dados sociodemográficos, variáveis biológicas e comportamentais. Utilizamos a referência da European Food Safety Authority que considera 3 mg/kg/dia de consumo de cafeína seguro para adolescentes. As variáveis hora de dormir e acordar foram avaliadas através do questionário. A duração do sono foi obtida pela diferença, em horas, entre o início e o fim do sono relatado como o intervalo compreendido entre dormir e despertar. As taxas de prevalência, intervalos de confiança e medidas de tendência central foram estimadas. A associação entre dados demográficos, antropométricos e hábitos de vida com consumo da cafeína foi investigada. Em todas as análises foi considerado nível de significância de 5%. A amostra deste estudo foi composta por 71.553 adolescentes. A ingestão média de cafeína pelos adolescentes foi de 99,45 mg/dia (IC95%: 91,43 – 107,47) e 1,88 mg/kg/dia (IC95%: 1,71 – 2,04). Aproximadamente 20% dos adolescentes têm ingestão de cafeína acima da recomendação de 3 mg/kg/dia. Dentre os adolescentes com mais chances de ingerir quantidade de cafeína acima do recomendado (> 3 mg/kg/dia) estão os meninos (OR: 1,32; IC95%: 1,23-1,41), os que residem no interior (OR: 1,33; IC95%: 1,10-1,61), os que estudam em escola pública (OR: 2,71; IC95%: 2,19-3,36), os que estudam em escola localizada na área rural (OR: 2,44; IC95%: 1,98-3,00), além dos que tomam café da manhã (OR: 2,04; IC95%: 1,76-2,38), não compram na cantina (OR: 1,20; IC95%: 1,03-1,41) e os que consomem a merenda oferecida pela escola (OR: 1,39; IC95%: 1,21-1,59). Os adolescentes da região Nordeste apresentaram as maiores chances (OR: 2,21; IC95%: 1,84-2,67) de ingestão de cafeína acima do recomendado (> 3 mg/kg/dia), seguido pelos adolescentes da região Nordeste (OR: 1,96; IC95%: 1,55-2,47). Houve associação entre ingestão de cafeína e maior duração do sono (OR: 1,31; IC95%: 1,17-1,46), provavelmente a maior ingestão no período da manhã justifica o fato da ingestão de cafeína não interferir em menor duração do sono dos adolescentes. O alimento fonte de cafeína mais consumido foi o café, seguido pelo refrigerante. A ingestão de cafeína por adolescentes brasileiros está associada a residir no interior, estudar em escola da rede pública ou estudar em escola na área rural mesmo após ajuste para sexo, estado nutricional, região geográfica e as variáveis comportamentais comprar ou não na cantina da escola, tomar ou não café da manhã e consumir ou não a merenda oferecida pela escola.